Na Luta pela Escola Pública

Este blog pretende criar um espaço para informações e discussões sobre Escola Pública na Região dos Lagos, com destaque para o município de Cabo Frio.

O nome “Pó de Giz” é tomado, por empréstimo, do antigo time de futebol dos professores do Colégio Municipal Rui Barbosa. Um colégio reconhecido por sua luta pela educação pública de qualidade. Um lugar onde fervilha a discussão educacional, política e social. Colégio que contribui de maneira significativa na formação de seus alunos, lugar onde se trabalha com o sentido do coletivo.

O " Pó de Giz" é uma singela homenagem a essa escola que tem um "pequeno" espaço educacional, mas corajoso e enorme lugar de formação cidadã.


terça-feira, 31 de maio de 2011

Professores do Estado do RJ, cantemos a paródia. Resta-nos a criatividade

Eu devia estar contente
Porque fiz graduação,pós,Mestrado e Doutorado
E tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho 700 reais por mês

Eu devia estar alegre e satisfeito
Por receber auxílio transporte
Pela incorporação do Nova Escola
Parcelado em não sei quantas vezes

Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ser um Educador
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa

Eu devia estar contente
Por ter conseguido passar num concurso público
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado

Eu devia estar feliz pela SEEDUC
Ter me concedido o sábado
Pra ir ao colégio
Me informar sobre a GIDE

Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
GIDE,Plano de Metas,Meritocracia,
concurso interno,avaliações externas
Eu acho tudo isso um saco

É você olhar no espelho
Se sentir um monitor
Saber que é Professor
Que só pode usar
O Currículo Mínimo oficial
E você ainda acredita que é um Gestor, Adjunto,
OGT,Coordenador Regional
Que está contribuindo com sua parte
Para melhorar o nosso belo quadro educacional

Eu que não me sento
Dentro da sala de aula
Com a boca escancarada cheia de dentes
Esperando o bônus chegar

Porque longe das promessas feitas na eleição
Esconde-se um governo
Que não tem um projeto sério
De Educação.


Paródia da música Ouro de Tolo de Raul Seixas
Prof. José Augusto - Comunidade Orkut dos Professores do RJ

DOCUMENTAÇÃO PARA AÇÃO BELFORD ROXO

A todos os Concursados de Belford Roxo: Aprovados e Classificados
pedimos a todos(as) que levem no dia da plenária 18/06 os seguintes documentos:
- Comprovante de Renda
- Comprovante de residência
- Cópia do RG ou qualquer documento com foto
- Cópia do CPF
Repassem a todos por favor.

Maria Jose

SEPE/RJ - Núcleo Belford Roxo
Pça Getúlio Vargas, 112 - Ap 201 - Centro - Belford Roxo.
(21) 3759-8101

Alerta: Governo do estado agora quer atacar adicionais por tempo de serviço


Em reportagem publicada pelo Jornal Extra, o secretário de estado de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa, anunciou que o governo estadual pensa trocar as gratificações por tempo de serviço pela avaliação de desempenho. Segundo o secretário, a “inovação” já estaria sendo implementada por alguns governos estaduais para carreiras que foram criadas recentemente e foi explicitada por participantes da quarta edição do Congresso de Gestão Pública do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Administração (Consad), realizado na semana passada em Brasília. Neste encontro foram apresentadas diversas experiências sobre o tema.

Novas medidas podem por em risco adicional por tempo de serviço do nosso plano de carreira

Sérgio Ruy contou ao Extra que é a favor da mudança, que implicaria na perda de direitos para os funcionários públicos estaduais, caso venha a ser implementada. Segundo o secretário, a ascensão profissional por tempo de serviço “tem que acabar, senão as pessoas não se mobilzam para alcançar os resultados e melhorar o serviço”.

Fazendo uso da lógica da produtividade e do cumprimento de metas e da meritocracia, a política defendida por Sérgio Ruy e, por tabela, pelo governo que ele representa é uma série ameaça, por exemplo, ao plano de carreira da educação estadual que tem uma das suas bases plantadas na ascensão por tempo de serviço, com a diferença dos 12% entre os níveis da carreira, uma luta que durou anos para ser vencida pela categoria.

Novas carreiras no estado do Rio de Janeiro já não têm progressão por tempo de serviço

Na entrevista, o secretário disse não acreditar no fim dos adicionais por tempo de serviço em carreiras, como a dos policiais, professores e bombeiros. Mas é bom abrirmos os olhos desde já, pois na última reestruturação de planos de cargos feita pela União, em 2008, este tipo de benefício foi extinto no funcionalismo federal, que criou as gratificações que variam de acordo com o desempenho do funcionário. No estado, as carreiras mais novas, como a dos gestores públicos, não têm adicionais por tempo de serviço.

Fonte: Jornal Extra

Fotos da Mobilização da Comunidade Escolar do C.M. Paulo Freire




Dia de Luta pela Escola Pública de Qualidade


Fala da Professora Denize na Câmara Municipal de Cabo Frio em cumprimento da pauta do Dia de Luta em Defesa da Escola Pública abraçado pelo C.M. Rui Barbosa.

Cabo Frio tem uma linda história de luta sindical. Falo, hoje, em nome dos muitos profissionais que já ocuparam essa tribuna em defesa da Escola Pública de Qualidade.
A situação da Educação no município é de apatia e medo.
Muitos reclamam das condições de trabalho na rotina de nossas escolas, mas recuam da luta por seus direitos e de nossas crianças, receosos de represálias.
A política de contratos corrói a construção livre e coletiva da luta. Impossível poder contar com esses companheiros, algo compreensível nessa política eleitoreira.
Queremos denunciar os descumprimentos de leis municipais relativas à educação. Citamos alguns exemplos:
o uso limitado do passe livre pelos estudantes;
a nomeação de diretores de escola em desacordo com os princípios da lei de eleição;
os prazos e a falta de acompanhamento do Plano Municipal de Educação, que demandou tempo, inúmeras reuniões e para nada;
o engavetamento do Plano de Cargos, Carreiras e salários dos profissionais da educação;
a palavra dada e não cumprida do prefeito ao C.M. Rui Barbosa e à sua comunidade da construção de prédio que abrigasse dignamente essa escola;
a falta de concurso público nas disciplinas de Filosofia, Sociologia e Espanhol, disciplinas que hoje fazem parte da nossa matriz curricular;
o ressarcimento do desconto indevido dos profissionais, negociado em fevereiro com o prefeito, prometido para paulatinamente a partir de abril coisa que não aconteceu;
a falta de cobrança política dos componentes dessa casa ao reajuste realizado aos servidores e negado aos aposentados, pois a mensagem não passou por esse plenário.
São muitas as nossas demandas e nossa fala, aqui, é apenas eco da fala da Profª Amanda, que emocionou a todos e todas, apesar de sermos, há muito, sabedores do descaso e descompromisso dos governos com a Educação Pública.
O professor, senhoras e senhores, só será valorizado quando esse valor se der através de uma remuneração digna.
Como criar em nossos jovens o desejo pela profissão se não há reconhecimento financeiro no fim do mês?
Por fim, agradeço o espaço, porém digo que precisamos muito mais que espaço, este por vezes temos, o que precisamos são AÇÕES.
Espero que possamos amanhã ter notícias de atendimento e respostas a todas essas denúncias e solicitações feitas aqui nesta tribuna.
Muito obrigada.

Excelente a discussão e a mobilização em Defesa da Escola Pública


Aconteceu nesta manhã, em Búzios, no C.M. Paulo Freire, conforme divulgado por este Blog, em adesão a mobilização nacional, uma mesa redonda para discussão da situação da Educação Pública no município.

Alunos e alunas, professores e professoras, servidores de apoio e responsáveis debateram durante toda a manhã os motivos de apoio ao apelo nacional em defesa da Escola Pública. O encontro contou com a participação da ASFAB e de representantes do legislativo. Algumas propostas foram encaminhadas pelo grupo presente.

Mais tarde, às 16h, acontecerá a concentração para Ato Público na praça ao lado da E.M. Nicomesdes Theotônio Vieira e em seguida caminhada até a Câmara para uso da tribuna e leitura de carta de reivindicação coletiva das unidades escolares presentes nesta manhã.

O Executivo permanece com sua programação oficial, às 17h, no CEMEI com apresentação das comissões das escolas da cidade.

Em Cabo Frio aconteceu nesta manhã ocupação da praça Porto Rocha (Aula Pública) organizada pelo C.M. Rui Barbosa e contou com a participação de alunos/alunas e docentes do C.E. Miguel Couto.

Toda a mobilização se deu a partir da fala da Profª Amanda Gurgel. Nada que a professora disse é novidade para nós, profissionais da educação, mas revigorou nosso sonho de termos nossa voz ouvida.

Precisamos fazer a nossa parte, nossa resposta ao chamado da professora precisa ganhar desdobramentos.

Esse é apenas o reinício de uma longa caminhada.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Amanhã será dia de luta!


Os profissionais de Educação de Búzios e Cabo Frio estarão discutindo a Escola Pública nesta terça-feira.
Vamos todos dar apoio à Mobilização em Defesa da Escola Pública.
A hora é agora!

domingo, 29 de maio de 2011

Iscola...o crime



Fonte: Blog da Rose Araujo

Cristovam Buarque: Ameniza e não muda

O Brasil é um país de alta criatividade em políticas sociais, com saídas para amenizar, não para mudar a realidade. A criatividade começou na escravidão, ao invés de aboli-la recorremos à Lei do Ventre Livre. Os escravos sexagenários, os velhos, eram libertados, um eufemismo para abandonados. Até a Abolição da Escravatura aconteceu sem oferecer educação nem terra para os ex-escravos e seus filhos. A Abolição foi um eufemismo para a expulsão dos escravos das fazendas para as favelas.

Modernamente também temos sido campeões de imaginação para soluções parciais.

Como o salário não era suficiente para pagar o transporte do trabalhador até o local de trabalho, ao invés de aumento salarial, criamos o vale-transporte, como se fosse um grande benefício social, quando, na verdade, foi um serviço à economia: garantir a presença do trabalhador na fábrica. A regra é a mesma para o vale-refeição. O salário não era suficiente para assegurar a alimentação mínima de um trabalhador, então a solução foi garantir a alimentação do trabalhador, mesmo que suas famílias continuassem sem comida.

Quando a inflação ficou endêmica, ao invés de combatê-la (só enfrentada em 1994), criou-se a correção monetária, que garantia moeda estável para quem tivesse acesso às artimanhas do mercado financeiro, enquanto o povo continuava com seus salários cada vez mais desvalorizados.

Hoje, quando o país vive um apagão de mão de obra qualificada, corremos para fazer escolas técnicas, esquecendo que sem o ensino fundamental os alunos não terão condições de aproveitar os cursos profissionalizantes.

A Bolsa Escola foi criada para revolucionar a escola. Como isso não foi feito, ela se transformou na Bolsa Família, sendo mais uma das soluções compensatórias agregada ao vale-alimentação e vale-gás.

As universidades boas e gratuitas são reservadas para os que podem pagar escolas privadas no ensino básico. No lugar de fazer boas escolas para todos, criamos o PROUNI e cotas para negros e índios. O Brasil melhora com essas medidas, mas não enfrenta o problema e acomoda a população, como se agora todos já fossem iguais. Promovem-se benefícios com soluções provisórias, como se elas resolvessem o problema.

A solução adiada seria uma revolução que assegurasse escola de qualidade para todas as crianças, em um programa que se espalharia pelo país, onde todas as escolas fossem federais, como o Colégio Pedro II, as escolas técnicas militares, os colégios de aplicação das universidades.

Quando a desigualdade social força a separação entre pobres e ricos que se estranham, ao invés de superar a desigualdade constroem-se muros em shoppings e condomínios, separando as classes sociais. Para impedir a convivência de classes, impedimos estações de metrô em bairros ricos, o que mostra um total desinteresse desses habitantes pelo transporte público.

Falta professor de Física, retira-se Física do currículo. Os alunos não aprendem, adotamos progressão automática. O Congresso não funciona, o STF passa a legislar. A população fala Português errado, em vez de ensinar o correto a todos legitimamos a fala errada para a parte da população sem acesso à educação. Adotamos dois idiomas: o Português dos ricos educados e o Português dos pobres sem educação; o Português dos condomínios e o Português das ruas.

Ao invés de combater o preconceito e a desigualdade, legalizamos a desigualdade.

Ao invés de fazer as mudanças da estrutura para construir um sistema social eficiente, equilibrado, integrado e justo optamos por simples lubrificantes das engrenagens desencontradas da sociedade. Nossas soluções podem até ser criativas, mas são burras e injustas. É a sociedade acomodando suas deficiências. Ao invés de enfrentar e resolver os problemas, nossa criatividade ajusta a sociedade a conviver com eles. E adia e agrava os problemas porque ilude a mente e acomoda a política.

* Cristovam Buarque é professor da Universidade de Brasília e senador pelo PDT/DF

Replicado do blog do Prof. Doc

Estado laico. O que é isso, companheira?

Carta aberta de Católicas pelo Direito de Decidir à Presidenta Dilma Rousseff sobre a polêmica criada em torno do kit anti-homofobia

Presidenta Dilma,

Estamos estarrecidas! A polêmica criada em torno do kit anti-homofobia e o recuo do governo federal ante as pressões vindas de alguns dos setores mais conservadores e preconceituosos da sociedade nos deixou perplexas. E temerosas do que se anuncia para uma sociedade que convive com os maiores índices de violência e crimes de morte cometidos contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersex (LGBTTI) do mundo. Temos medo de um retorno às trevas, senhora Presidenta, e não sem motivos.

A vitoriosa pressão contra o kit anti-homofobia da bancada religiosa, majoritariamente composta por conservadores evangélicos e católicos, em um momento em que denúncias de corrupção atingem o governo, traz de volta ao cenário político a velha prática de se fazer uso de direitos civis como moeda de troca. Trocam-se, mais uma vez, votos preciosos e silêncio conivente pelo apoio ao preconceito homofóbico que retira de quase vinte milhões de brasileiros e brasileiras o direito a uma vida sem violência e sem ódio. A dignidade e a vida de pessoas LGBTTI estão valendo muito pouco nesse mercado escuso da política do toma-lá-dá-cá, senhora Presidenta! E o compromisso com a verdade parece que nada vale também.

Presidenta, convenhamos, a senhora sabe que o kit anti-homofobia é um material educativo, que não tem por finalidade induzir jovens a se tornarem homossexuais, até mesmo porque isso é impossível, como tod@s sabemos. Não se induz ninguém a sentir amor ou desejo por outrem. Mas respeito, sim. E ódio também, senhora Presidenta... ódio é possível ensinar! Poderíamos olhar para trás e ver o ódio que a propaganda nazista induziu contra judeus, ciganos, homossexuais. Porém, infelizmente, não precisamos ir tão atrás no tempo. Temos terríveis exemplos recentes de agressões covardes e aviltantes a pessoas LGBTTI e o enorme índice de violência contra as mulheres acontecendo aqui mesmo, em nosso próprio país.

Quando a senhora afirma, legitimando os conservadores homofóbicos, que é contra a propaganda da "opção" sexual, faz parecer que alguém pode, de fato, "optar" por sentir esse ou aquele desejo. Amor, desejo, afeto não são opcionais, ninguém escolhe por quem se apaixona, senhora Presidenta! Mas se escolhe ferir, matar, humilhar.

Quando a senhora diz que todo material do governo que se refira a "costumes" deve passar por uma consulta a "setores interessados" da sociedade antes de serem publicados ou divulgados, como estampam hoje os jornais, ficamos ainda mais perplexas. De que "costumes" estamos falando, senhora Presidenta? E de que "setores interessados"? Não se trata de "costumes", mas de direitos de cidadania que estão sendo violados recorrentemente em nosso país e em nome de uma moral religiosa conservadora, patriarcal, misógina, racista e homofóbica. Trata-se de direitos humanos que são negados a milhões de pessoas em nosso país!

E "setores interessados", nesse caso, deveria significar a população LGBTTI e todas as forças democráticas do nosso país que não querem ter um governo preso a alianças políticas duvidosas, ainda mais com setores "interessados" em retrocessos políticos quanto aos direitos humanos da população brasileira.

O país que a senhora governa ratificou resoluções da ONU tomadas em grandes conferências internacionais, em Cairo (1994) e em Beijing (1995), comprometendo-se a trabalhar para que os direitos sexuais e os direitos reprodutivos sejam reconhecidos como direitos humanos. No entanto, até hoje pessoas LGBTTI morrem por não terem seus direitos garantidos. Mulheres morrem pela criminalização do aborto e pela violência de gênero.

Comemoramos quando uma mulher foi eleita ao cargo máximo de nosso país. Ainda mais porque, como boa parcela da sociedade, levantamos nossa voz contra o aviltamento do Estado laico, ao termos um uso perverso da religião nas campanhas eleitorais de 2010 para desqualificar uma mulher competente e com compromisso com a dignidade humana. Antes ainda, levantamos nossa voz a favor do III PNDH, seguras de que deveria ser um instrumento de aprofundamento do respeito aos direitos humanos em nosso país. Agora não temos o que comemorar, senhora Presidenta! Parece que o medo está, de novo, vencendo a verdade. E a dignidade.

Infelizmente, temos de - mais uma vez! - vir a público exigir que os princípios do Estado laico sejam cumpridos. Como a senhora bem sabe, a laicidade é essencial à democracia e não se dá pela simples imposição da vontade da maioria, pois isso resulta em desrespeito aos direitos humanos das minorias, sejam elas religiosas, étnico-raciais, de gênero ou orientação sexual. Não existe democracia se não forem respeitados os direitos humanos de todas as pessoas. Impor a crença religiosa de uma parcela da população ao conjunto da sociedade coloca em risco a própria democracia, já que os direitos humanos de diversos segmentos sociais estão sendo violados. Portanto, senhora Presidenta, não seja conivente! Não permita que alguns setores da sociedade façam do Estado laico um conceito vazio, um ideal abstrato.

Como Católicas pelo Direito de Decidir, repudiamos o uso das religiões neste contexto de manipulação política e afirmamos nosso compromisso com a laicidade do Estado, com a dignidade humana e nosso apoio ao uso do kit educativo pelo fim da homofobia nas escolas brasileiras.

sábado, 28 de maio de 2011

Servidores Comemoram Aumento de 15% Nos Salários com Festa


Na tarde desta sexta-feira, 27, o Presidente da Câmara Municipal de Cabo Frio, Silas Bento, proporcionou um dia de confraternização aos funcionários do Legislativo. Com direito a sorteio debrindes que incluía desde pendrives, passando por NetBoock a TV de LCD, os funcionários da Câmara participaram de um almoço numa famosa churrascaria da cidade para comemorar o dia do trabalho já que à época, devido a trágica morte do Vereador Ayres Bessa isso não foi possível e a festa foi adiada.

Durante as comemorações, a esposa do Presidente Silas Bento, Ilana Bento, destacou o desempenho dos funcionários da Câmara e agradeceu o empenho dos Vereadores neste novo tempo do Legislativo Municipal. Ilana parabenizou os funcionários e disse que estava orgulhosa em ser esposa de um Presidente que valoriza o ser humano.

Silas Bento, no seu discurso, falou sobre o aumenthttp://www.blogger.com/img/blank.gifo conquistado pelos funcionários com índice superior a muitas Prefeituras, igualado apenas ao concedido pelo prefeito Andinho de Arraial do Cabo, que foi de 15%. Silas disse que a Câmara não tinha condições de arcar comos custos da festa, mas ele se mobilizou com alguns Vereadores e permitiu que a confraternização acontecesse. Dr. Taylor e Fernando do Comilão foram prestigiar os funcionários e, ao lado do Presidente e esposa, distribuíram sorrisos e parabenizaram os servidores. Foi uma festa para marcar a história da Câmara Municipal.

fonte: Site da Câmara

Comentário:
E para nós, professores deste município? Não há nada aprovado na Câmara!

Quando ficaremos orgulhosos da ação de nossos vereadores?

Histórico para nós é o descaso com a Educação deste município!

Em que gaveta foi parar o Plano Municipal de Educação?

Como anda construção do prédio para abrigar, com dignidade, os alunos do C.M. Rui Barbosa, conforme promessa feita à Comunidade Escolar?

E o Plano de Cargos, Carreiras e Salários?

E o concurso público para as disciplinas de Sociologia, Filosofia, Espanhol?

As escolas de tempo integral?.... Serão para daqui a 20 anos?

A devolução do dinheiro (IBASCAF)que foi "retirado" do professor por mais de 5 anos???
O prefeito deu a PALAVRA que sairia em abril... faltou dizer de qual ano!

Movimento iniciado vai além de Programação Oficial


Professores de Búzios reafirmam que o Movimento iniciado vai além da Programação Oficial para o dia 31/05.

Comentários recebidos por email:

"O ofício que chegou às escolas tenta manipular o movimento, tem a nítida intenção de enfraquecê-lo.
O C.M. Paulo Freire vai parar em dois dias: Um no apoio a discussão da Escola Pública de forma mais ampla e, no outro, para discussão da Escola Pública Municipal.
Outras escolas confirmaram a presença no segundo dia de mobilização."

Vergonha Nacional!


Aqui no Rio de Janeiro, as Amandas professoras de nosso sistema estadual têm salários com os seguintes três dígitos: 648. VERGONHA, CABRAL!!

Prefeito de Búzios adere à mobilização pela Educação

Mirinho Braga recebeu a secretária da Educação Carolina Rodrigues para organizar a "marcha" por uma Educação de qualidade
Durante o encontro com o prefeito Mirinho Braga, a secretária Carolina Rodrigues propôs, entre outras coisas, uma Campanha na Escola, para integrar a família e a escola, tendo sido sugerido um grupo dos próprios alunos, para disseminar a importância da ma

A Educação é objeto de uma mobilização nacional com vistas a colocá-la não só ‘como prioridade de discurso’. O prefeito Mirinho Braga marcou um ato para o dia 31 (terça-feira) no CEMEI da Rasa, quando se reunirá com os profissionais do setor da Educação, e sugeriu à secretária que paralisasse as atividades nesse mesmo dia.

- Venho de um partido em que o tema Educação é sempre a primeira entre as prioridades. Foi nos meus governos que se construiu a rede de escola, e prosseguimos até agora, com uma nova, sendo erguida na Vila Verde, e outra com os projetos finalizados para São José/Cem Braça. Iniciamos com o ensino integral na Rasa, e, em breve, vamos estender ao restante do Município - relatou o prefeito.

Mirinho Braga defende com vigor a tese de que os setores da Educação e Saúde devem ter outras fontes de receitas, podendo os ‘royalties’ constituírem fundo especial para financiar os setores, inclusive bancando a folha de pessoal, já que, no seu entendimento, essa despesa deveria ser classificada em investimento.

Secretária promove concentração pela qualidade do ensino e pela boa conservação dos locais nas escolas

A Secretária Carolina Rodrigues já se reuniu com os Conselhos de Pais e representantes de turmas para discutir sobre novas medidas para qualificar o setor e melhorar os resultados na Educação.

- Ontem (25), tivemos uma reunião com o secretário Lyrio (Cel. Rodolpho Lyrio) da Ordem Pública, para elencarmos algumas medidas para aumentar a segurança na área das escolas - revelou Carolina, acrescentando que tem trabalhado em desenvolver um ambiente melhor e mais confortável para os profissionais da área, bem como para os alunos, destacando que a climatização das salas de aulas está entre essas medidas.

- As novas escolas já estão sendo construídas com ar-condicionados nas salas, os quadros já são os que dispensam o uso do giz, por exemplo. Enfim, vamos progredir nessas medidas, agora com a contribuição dos professores, dos alunos e do pessoal que dá suporte, vamos acelerar essas mudanças - esclareceu Carolina.

O Iº Encontro de Representantes dos Conselhos Escolares aconteceu no CEMEI da Rasa, na terça-feira (24), com aproximadamente 60 pais, além dos diretores das unidades escolares. O objetivo foi de unir forças para ‘conscientizar os alunos ser preciso conservar o ambiente escolar’.

- A criação de uma ‘Rede de Pais’, onde a participação permanente das famílias nos destinos educacionais de seus filhos é imprescindível. Por isso, a ênfase que o prefeito tem dado ao papel da família na Educação. Acordamos a formação de um grupo articulador de 2 pessoas por escola, para já na próxima reunião, apresentar propostas de soluções, para a fomentar o desenvolvimento da Educação Municipal.http://www.blogger.com/img/blank.gif

Na mesma terça-feira, a secretária promoveu o I Encontro de Representantes de Turma do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, Ensino Médio e EJA, para todos desenvolverem propostas com vistas a tornar o ambiente das escolas mais agradável, e propor medidas para melhorar a conservação das unidades escolares.

A secretária Carolina Rodrigues ainda propôs uma Campanha na Escola, para integrar a família e a escola, tendo sido sugerido um grupo dos próprios alunos, para disseminar a importância da manutenção das escolas.

fonte: Jornal 1ª Hora

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Deu no blog do Prof. Chicão

Cidade Refém

Cabo Frio é uma cidade refém de um grupo de bandidos que tomou o poder por compra de votos, por pressão sobre funcionários sem concurso e por abuso de poder econômico. Mas se a coisa ficasse só por aí, até dava para engolir. Afinal, essas já são praticas rotineiras de nossas elites políticas.

Mas, não. Os desqualificados que ocupam a prefeitura compram juízes, fraudam, superfaturam, criam empresas fantasmas, fazem tráfico de influência, usam o dinheiro do povo como se fosse deles e usufruem da falência da saúde pública ao montarem clínicas, hospitais e laboratórios que supram aquilo que eles mesmos sucatearam.

Eles agem beneficiando a si mesmos e aos amigos com operações ilícitas e com compras sem licitações. Eles concentraram renda nas mãos de cinquenta pessoas na cidade, arruinando o comércio, endividando e falindo gente honesta que tinha seu negócio como forma de viver. Eles dilapidaram a economia local e destruíram a natureza em sua ânsia de ganharem cada vez mais. Eles compraram o silêncio da imprensa com anúncios e calaram os pastores e padres com portarias e apoio a eventos.

Afora isso, eles perseguem como podem os que lhes fazem oposição, impedindo que trabalhem, não pagando o que devem, enviando fiscais para falir empresas que anunciam em veículos da oposição ou que competem com n mesmo segmento que as deles. Eles pressionam os mais fracos, iludem os incautos com falsas promessas, anunciam o que não fizeram e não fazem o que prometeram.

Muitos cabofrienses são culpados de tudo isso porque são cúmplices ou mesmo indiferentes à ação daninha desses coronéis decadentes e imorais. Muitas pessoas da classe média estão em relação simbiótica com a sujeira emanada do poder, colocando em suas casas alimentos para seus filhos comerem oriundos de dinheiro sujo. Eles dão luxo à suas famílias com a grana de esgoto que recebem do erário. Estão contaminando seus filhos com a energia deletéria desses recursos indevidos.

Para se convencerem de que não estão de todo errados ou para aplacarem o peso de suas consciências, tentam desqualificar os críticos ou mesmo apelar para uma suposta natureza humana de seus feitos imundos. Chamam todos de sujos, dizem que se você estivesse no lugar deles faria o mesmo ou que se eles fazem isso é porque o mundo é dessa forma e nunca vai mudar.

Se você, amigo, resolveu ficar quietinho, com o rabo entre as pernas, vendo tudo o que acontece de errado e de bárbaro em Cabo Frio sem se posicionar, eu entendo, mas lamento. Pois é por causa de gente como você que eles se impuseram nessa cidade e transformaram Cabo Frio na cidade mais corrupta do Brasil.

Mas esse não será o papel deste professor que vos escreve. Não irei para a tumba deixando na memória dos que ficarem o fato de ter compactuado ou me acovardado diante de tanta iniqüidade. Podem me ameaçar, tentar me matar, tirar meus empregos, cancelar os eventos que organizava com a galera do rock, tentar me impedir de fazer o bem. Nada adiantará.

Se um dia eu ficar na sarjeta, morando debaixo da ponte, ainda assim mendigarei 1 real para os passantes e com ele irei ao primeiro cyber denuncia-los, neste espaço ou onde eu puder.

Prof. Chicão - http://josefranciscoartigos.blogspot.com/

quinta-feira, 26 de maio de 2011

CARTA ABERTA À COMUNIDADE BUZIANA

Todos e todas assistiram à Profª. Amanda Gurgel e sua corajosa denúncia das condições das escolas em seu estado. Aqui, em nosso município, passamos por situação bastante preocupante. Temos carência de material para aulas, falta de pessoal de apoio, reformas e conserto que não são realizados.
Recentemente, o executivo enviou à Câmara uma proposta de reajuste salarial de 5%, a Câmara fez alteração na proposta e o prefeito vetou. Os profissionais da educação mais uma vez saem perdendo nessa queda de braço.
Por essa razão, vimos através dessa carta comunicar nossas condições de trabalho e solicitar à adesão de toda a comunidade de Búzios em nossa programação para os dias 31/05 e 01/06.
Nós, professores, somos exemplos aos nossos alunos! Como podemos querer que eles aprendam a lutar por seus direitos se nós assistimos passivos ao caos da educação nas nossas escolas.
PROGRAMAÇÃO
31/05: 09h às 12h – “Fórum Municipal em Defesa da Escola Pública” – Local: C.M. Paulo Freire – com presença confirmada do Prefeito Municipal.
16h - Ato Público na praça ao lado da E.M. Nicomedes Theotônio Vieira
17:30h – Caminhada, concentração e utilização da tribuna na Câmara dos Vereadores
01/06: 9h às 12h – Mesa Redonda: “Viva Paulo Freire”
Debates sobre a situação específica do C.M. Paulo Freire
14h às 17h – Exibição de Vídeos, Abraço simbólico à escola, Formação de grupos de Ação Solidária e Formação Cidadã.
Comissão de Revitalização do C.M. Paulo Freire

Adesão Nacional - Educação tem motivos, e muitos!!!

Em pelo menos seis Estados, movimentos grevistas de professores da rede pública estão afetando até 1,7 milhão de estudantes, ao todo, segundo sindicatos da categoria. Cada Estado - ou município, no caso de Porto Alegre - tem reivindicações diferentes e negocia de maneira independente.

Os professores do Amapá entraram ontem em greve, por tempo indeterminado. Eles reivindicam reajuste salarial de 16%, contra os 3% oferecidos pelo governo. Na capital Macapá, 90% dos professores teriam aderido.

Em Porto Alegre, a greve chegou ao terceiro dia e afeta 40 mil alunos. A categoria não aceita reajuste de 6,5% em maio e mais 0,5% em dezembro e quer 18%. A prefeitura sustenta que não pode oferecer mais. O Sindicato dos Municipários estima que 90% dos educadores estão parados, enquanto a prefeitura afirma que o índice é de 70%. A categoria diz que a greve só termina se houver nova proposta.

Em Sergipe, os professores da rede estadual entram no quarto dia de paralisação, prejudicando 300 mil alunos. Eles fazem hoje uma vigília na Assembleia Legislativa a partir das 8 horas e, amanhã, um ato público no centro comercial de Aracaju. A categoria recusou proposta de pagamento integral imediato do reajuste de 15,86% para os professores do nível um e a partir de setembro para os demais níveis.

Adesão

Em Santa Catarina, onde a greve chega ao oitavo dia, a adesão é de quase 90% (35,6 mil dos 39 mil professores da rede), segundo o sindicato da categoria. Cerca de 600 mil alunos estariam sem aula.

A greve é uma reação à proposta do governo que fixa, por medida provisória, o piso nacional do magistério em R$ 1.187 para docentes que não tinham o valor como salário-base sem a soma de abono. Antes, o mínimo era de R$ 609. Os professores são contra a MP porque ela não acompanharia o progresso de carreira. O governo se recusa a negociar, e os grevistas querem que os deputados rejeitem a MP.

Em Alagoas, onde 350 mil estão sem aula, os professores decidiram prorrogar a greve, iniciada na semana passada, por mais uma semana. Os docentes acusam defasagem de 25% no salário, mas o governo oferece 7%.

Na Paraíba, 18 mil funcionários de 600 escolas (60% dos profissionais) estão em greve há 25 dias, segundo o sindicato local, afetando as aulas de 400 mil estudantes. Os professores pedem piso de R$ 890 para 30 horas semanais e manutenção das gratificações. Hoje, o piso é de R$ 661. O governo diz que aceita pagar o piso, desde que as gratificações sejam incorporadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quanto custa o apoio?


Por email, profª Cristiane:

Trocar o veto do kit, por menos pressão contra um ministro, e votação dos interesses do governo, é um cúmulo, é para ficar indignad@!

O Globo:

Dilma suspende kit anti-homofobia do MEC, após pressão da bancada religiosa da Câmara

Diante da reação negativa das bancadas religiosas, a presidente Dilma Rousseff mandou suspender a produção e distribuição de vídeos e cartilhas contra a homofobia, organizados pelos ministérios da Educação e da Saúde. A decisão da presidente foi informada, nesta quarta-feira, pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, a deputados das bancadas evangélica, católica e da família, que ameaçaram obstruir as votações de interesse do governo na Câmara, convocar o ministro da Educação, Fernando Haddad, e apoiar a convocação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, caso o material fosse distribuídos às escolas. Segundo Gilberto, a presidente considerou o material inadequado.

- O governo mantém sua posição clara contra qualquer tipo de homofobia, e as bancadas também se declararam contra a homofobia. Mas o governo achou prudente não editar esse material que estava sendo preparado no MEC. A presidente decidiu a suspensão desse material e do vídeo produzido por uma ONG. O governo decidiu também suspender a distribuição desse material - disse Gilberto, que recebeu os parlamentares no Palácio do Planalto.

Segundo o ministro, a partir de agora todo o material sobre costumes será feito a partir de consultas mais amplas à sociedade e às bancadas, com a da educação, a da família e as religiosas.

- É importante que esse material, para ser produtivo, para atingir o seu objetivo, seja fruto de uma ampla consulta na sociedade, para não gerar esse tipo de polêmica que acaba prejudicando a causa para o qual foi destinado. Qualquer outro material, daqui para frente, editado pelo governo sobre a questão de costumes passará pelo crivo amplo da sociedade e das bancadas interessadas - afirmou.

Gilberto disse que essa posição do governo não representa um retrocesso:

- O que o governo está fazendo é aprofundando o diálogo. Se você produz um material que sofre uma tamanha contestação, o objetivo para o qual ele está destinado é prejudicado. É preferível que você produza um material com mais diálogo para atingir o objetivo. Não se trata de recuo, mas de um processo mais aprofundado de diálogo.

Segundo Gilberto, a presidente "assistiu ao vídeo e não gostou". A presidente vai conversar com os ministros Haddad e da Saúde, Alexandre Padilha, sobre a produção de material que tratam de questões de costumes.

- Ela acha que o vídeo era impróprio para o seu objetivo. Não se trata de uma posição só de aparências. A presidente tem as suas convicções e acha que o material é inadequado. Ela foi muito clara nesse sentido e determinou que esse material não circule oficialmente por parte do governo - afirmou.

O líder do PR na Câmara, Linconl Portela (MG), disse que a preocupação dos parlamentares das bancadas religiosas é com a "didática do material". Na avaliação desses parlamentares, o material contra a homofobia induz à homossexualidade.

- A didática é muito agressiva. Às vezes, é preciso ser mais agressivo, mas também é preciso ter cuidado para que a dosagem do remédio não seja acima da necessidade. Estamos preocupados com a maneira virulenta com que esse material está sendo apresentado - disse o deputado.

Os próprios parlamentares reconheceram que o material não está sendo distribuído às escolas, mas que os vídeos vazaram na internet. Mesmo assim, eles ameaçaram atrapalhar o governo no Congresso, caso não houvesse uma revisão do material contra a homofobia.

- Nós oferecemos o diálogo e eles que tomassem a atitude que achassem consequente. Eles que decidiram suspender aquela história que eles estavam falando. Não tem toma lá dá cá - afirmou Gilberto.

Profissionais da Educação da Região - Cabo Frio e Búzios, farão a paralisação do dia 31/05


O vídeo da Profª. Amanda Gurgel promoveu uma discussão nacional sobre as condições da aprendizagem no Brasil.

Fomos convidados através das redes sociais para PARALISAÇÃO NACIONAL no dia 31/05/2011.

O intuito da PARALISAÇÃO é convidar as esferas governamentais para discussão acerca das condições de trabalho do professor e da qualidade do ensino público no Brasil e em nossas cidades.

Em Búzios e Cabo Frio estaremos ocupando as praças, indo às Câmaras, convocando responsáveis e alunos para discutirmos a situação da Escola Pública.

Faça a proposta na sua unidade escolar!

Somos exemplos aos nosso alunos!

Como podemos querer que eles aprendam a lutar por seus direitos se nós assistimos passivos ao caos da educação nas nossas escolas.


"Nunca duvide de que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas consiga mudar o mundo. Na verdade, sempre foram elas que mudaram." (Margaret Mead)

Plataforma Freire - Cursos para docentes recebem inscrições até o domingo, 29

Os diretores de escolas públicas de educação básica têm até o próximo domingo, 29, para inscrever os professores de suas escolas em cursos de extensão ou aperfeiçoamento. São mais de 86 mil vagas em cursos das mais variadas áreas, que vão desde o ensino de artes e educação física até formação de mediadores de leitura na biodiversidade. Todos os estados têm cursos disponíveis, cuja inscrição é feita pela Plataforma Freire.

A formação é gratuita e deve ser feita dentro da rotina escolar do docente, ou seja, sem aumentar a sua carga horária. “Esses cursos de formação continuada são um direito do professor. É neste espaço que ele vai refletir a sua prática e desenvolver uma maior consciência sobre o dia a dia da escola”, explicou a secretária de educação básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda.

Depois de o diretor da escola inscrever o professor, o próprio docente terá que confirmar a sua inscrição. Também por meio da Plataforma Freire, ele terá o prazo de 23 de maio a 5 de junho para confirmar o seu interesse em ingressar no curso. Só depois disso a inscrição é validada. A partir do dia 18 de junho, a lista dos docentes inscritos em cursos de extensão ou aperfeiçoamento estará disponível na página eletrônica da Plataforma Freire.

“O MEC tem feito um esforço enorme de articulação com as universidades e secretarias estaduais e municipais de educação para oferecer esta formação”, destacou Maria do Pilar. A lista com os cursos oferecidos em cada estado está disponível na plataforma.

fonte: MEC

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Justiça proíbe desconto dos grevistas em Caxias


A 1ª Vara Cível de Duque de Caxias concedeu uma liminar para o Sepe nesta quarta-feira (dia 25/5), que proíbe o desconto dos dias parados da greve dos profissionais das escolas municipais e qualquer retaliação funcional à categoria em virtude do movimento grevista. A decisão é uma comprovação da parte da Justiça de que os profissionais das escolas municipais têm o direito a realizar o seu movimento de greve e reivindicar do governo municipal reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

Quem quer ser professor?

Você é louca!” “É tão inteligente, sempre gostou de estudar, por que desperdiçar tudo com essa carreira?” Ligia Reis, de 23 anos, ouviu essas e outras exclamações quando decidiu prestar vestibular para Letras, alimentada pela ideia de se tornar professora na Educação Básica. Nas conversas com colegas mais velhos de estágio, no curso de História, Isaías de Carvalho, de 29 anos, também era recebido com comentários jocosos. “Vai ser professor? Que coragem!” Estudante de um colégio de classe média alta em São Paulo, Ana Sordi, de 18 anos, foi a única estudante de seu ano a prestar vestibular para Pedagogia. E também ouviu: “Você vai ser pobre, não vai ter dinheiro”. Apesar das críticas, conselhos e reclamações, Ligia, Isaías e Ana não desistiram. No quinto ano de Letras na USP, Ligia hoje trabalha como professora substituta em uma escola pública de São Paulo. Formado em História pela Unesp e no quarto ano de Pedagogia, Isaías é professor na rede estadual na cidade de São Paulo. No segundo ano de Pedagogia na USP, Ana acompanha duas vezes por semana os alunos do segundo ano na Escola Viva.

Quando os três falam da profissão, é com entusiasmo. Pelo que indicam as estatísticas, Ligia, Isaías e Ana fazem parte de uma minoria. Historicamente pressionados por salários baixos, condições adversas de trabalho e sem um plano de carreira efetivo, cursos de Pedagogia e Licenciatura – como Português ou Matemática – são cada vez menos procurados por jovens recém-saídos do Ensino Médio. Em sete anos, nos cursos de formação em Educação Básica, o núsmero de matriculados caiu 58%, ao passar de 101.276 para 42.441.

Atrair novas gerações para a carreira de professor está se firmando como um dos maiores desafios a ser enfrentado pela Educação no Brasil. Não por acaso, a valorização do educador é uma das principais metas do novo Plano Nacional de Educação. Uma olhadela na história da educação mostra que não é de hoje que a figura do professor é institucionalmente desvalorizada. “Há textos de governadores de província do século XIX que já falavam que ia ser professor aquele que não sabia ser outra coisa”, explica Bernardete Gatti, da Fundação Carlos Chagas, coordenadora da pesquisa Professores do Brasil: Impasses e desafios. No entanto, entre as décadas de 1930 e 1950, a figura do professor passou a ter um valor social maior. Tal perspectiva, porém, modificou-se novamente a partir da expansão do sistema de ensino no Brasil, que deixou de atender apenas a elite e passou a buscar uma universalização da educação. Desordenada, a expansão acabou aligeirando a formação do professor, recrutando muitos docentes leigos e achatando brutalmente os salários da categoria como um todo.

Raio X
Encomendada pela Unesco, a pesquisa Professores do Brasil: Impasses e desafios revelou que, em geral, o jovem que procura a carreira de professor hoje no Brasil é oriundo das classes mais baixas e fez sua formação na escolas públicas. Segundo dados do questionário socioeconômico do Enade de 2005, 68,4% dos estudantes de Pedagogia e de Licenciatura cursaram todo o Ensino Médio no setor público. “De um lado, você tem uma -implicação muito boa. São jovens que estão procurando ascensão social num projeto de vida e numa profissão que exige uma formação superior. Então, eles vêm com uma motivação muito grande.”

É o caso de Fernando Cardoso, de 26 anos. Professor auxiliar do quinto ano do Ensino Fundamental da Escola Viva, Fernando é a primeira pessoa de sua família a completar o Ensino Superior. Sua primeira graduação, em Educação Física, foi bastante comemorada pela família de Mogi-Guaçu, interior de São Paulo. O mesmo aconteceu quando ele resolveu cursar a segunda faculdade, de Pedagogia.

Entretanto, pondera Bernardete, grande parte desse contingente também chega ao Ensino Superior com certa “defasagem” em sua formação. A pesquisadora cita os exemplos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que revela resultados muito baixos, especialmente no que diz respeito ao domínio de Língua Portuguesa. “Então, estamos recebendo nas licenciaturas candidatos que podem ter dificuldades de linguagem e compreensão de leitura.”

Segundo Bernardete, esse é um efeito duradouro, uma vez que a universidade, de forma geral, não consegue suprir essas deficiências. Para Isaías Carvalho, esta é uma visão elitista. “Muitos professores capacitados ingressam nas escolas e estão mudando essa realidade. Esse discurso acaba jogando toda a culpa nos professores”, reclama.

Desde 2006, Isaías Carvalho trabalha como professor do Ensino Fundamental II e Ensino Médio em uma escola estadual em São Paulo. Oriundo de formação em escolas públicas, Isaías também é formado pelo Senai e chegou a trabalhar como técnico em refrigeração. Só conseguiu passar pelo “gargalo do vestibular” por causa do esforço de alguns professores da escola em que estudava na Vila Prudente, zona leste de São Paulo. Voluntariamente, os professores davam aulas de reforço pré-vestibular de graça para os alunos, nos fins de semana. “Os alunos se organizavam para comprar as apostilas”, lembra. Foi durante uma participação como assistente de um professor na escola de japonês em que estudava que Antônio Marcos Bueno, de 21 anos, resolveu tornar-se professor. “Um sentimento único me tocou”, exclama. Em busca do objetivo, saiu de Manaus, onde morava, e mudou-se para São Paulo. Depois de quase dois anos de cursinho pré-vestibular, Antônio Marcos está prestes a se mudar para a cidade de Assis, no interior do Estado, onde vai cursar Letras, com habilitação em japonês.

Entretanto, essa visão enraizada na cultura brasileira de que ser professor é uma missão ou vocação – e não uma profissão – acaba contribuindo para a desvalorização do profissional. “Socialmente, a representação do professor não é a de um profissional. É a de um cuidador, quase um sacerdote, que faz seu trabalho por amor. Claro que todo mundo tem de ter amor, mas é preciso aliar isso a uma competência específica para a função, ou seja, uma profissionalização”, resume Bernardete.

Contra a corrente
Ainda assim, o idealismo e a vontade de mudar o mundo ainda permanecem como fortes componentes na hora de optar pelo magistério. Anderson Mizael, de 32 anos, teve uma trajetória diferente da maioria dos seus colegas da PUC-SP. Criado na periferia de São Paulo, Anderson sempre estudou em escolas públicas. Adulto, trabalhou durante cinco anos como designer gráfico antes de resolver voltar a estudar. Bolsista do ProUni, que ajuda a financiar a mensalidade, Anderson é um dos poucos do curso de Letras que almejam a posição de professor de Literatura. “Eu tenho esse lado social da profissão. O ensino público está precisando de bons professores, de gente nova”, explica ele, que acaba de conseguir o primeiro estágio em sala de aula, em uma escola no Campo Limpo, zona sul da capital. Ana, que hoje trabalha em uma escola de elite, sonha em dar aula na rede pública. “São os que mais precisam.” “Eu sempre quis ser professora, desde criança”, arremata Ligia.

A empolgação é atenuada pela realidade da escola – com as já conhecidas salas lotadas, falta de material e muita burocracia. Ligia Reis reclama. “Cheguei, ganhei um apagador e só. Não existe nenhum roteiro, nenhum amparo”, conta. “Às vezes, você é um ótimo professor, tem várias ideias, mas a escola não ajuda em nada”, desabafa. Ligia também conta que, para grande parte de seus colegas de graduação, dar aula é a última opção. “A maioria quer ser tradutor ou trabalhar em editoras. É um quadro muito triste.”

Como constatou Ligia, de forma geral, jovens oriundos de classes mais favorecidas, teoricamente com uma formação mais sólida e maior bagagem cultural, acabam procurando outros mercados na hora de escolher uma profissão. “Eles procuram carreiras que oferecem perspectivas de progresso mais visíveis, mais palpáveis”, explica Bernardete. Um dos motivos que os jovens dizem ter para não escolher a profissão de professor é que eles não veem estímulo no magistério e os salários são muito baixos, em relação a outras carreiras possíveis. “Meu avô disse para eu prestar Farmácia, que estava na moda”, lembra Ana.

A busca pela valorização da carreira de professor passa também, mas não somente, por políticas de aumento salarial. Além de pagar mais, é preciso que o magistério tenha uma formação mais sólida e, principalmente, um plano de carreira efetivo. “Um plano em que o professor sinta que pode progredir salarialmente, a partir de alguns quesitos. Mas que ele, com essa dedicação, possa vir a ter uma recompensa salarial forte”, conclui a pesquisadora.

Anderson, Ligia, Ana, Isaías, Antônio e Fernando torcem para que essa perspectiva se torne realidade. “Eu acho que, felizmente, as pessoas estão começando a tomar consciência do papel do professor. É uma profissão que, no futuro, vai ser valorizada”, torce Anderson. “É uma profissão, pessoalmente, muito gratificante.” “Às vezes, eu chego à escola morta de cansaço, mas lá esqueço tudo. É muito gostoso”, conta Ana.

fonte: Carta na Escola

Bolinhos de chuva e o Ensino Religioso


Stela Guedes Caputo(professora da Faculdade de Educação da UERJ)

Quando eu era criança uma das coisas que mais gostava de fazer era observar minha avó na cozinha. Até hoje, este é um dos lugares preferidos de minhas lembranças. Eu chegava da escola, almoçava, ajudava com a louça e sentava na enorme bancada de mármore da pia para vê-la preparar alguma delícia para o lanche das tardes. Ali eu ouvia da família que ficara na Itália, de cinema, de canções e histórias que ela gostava. Certa tarde, a guloseima da vez eram seus famosos bolinhos de chuva que devorávamos com café bem quentinho. Como sempre, dona Maria misturava o leite morno à farinha e eu, que já reivindicava há tempos ajudar, pedi para quebrar os ovos. Foi quando ela me disse: “Isso não é assim não filhinha! Isso tem C I Ê N C I A!” Dali para frente não mudaria. Toda vez que minha avó queria dizer que algo pedia uma metodologia mais complexa e algum experimento prático cujo resultado exigisse comprovação, ela impostaria a voz e repetiria a frase “Isso tem C I Ê N C I A”, com as sílabas bem separadas.

Naquela mesma bancada, minha avó que era muito católica, já tinha me dito havia algum tempo que, para acreditar que um dia eu conheceria sua mãe, minha bisavó, no céu, era preciso ter FÉ. “Tem coisa filhinha, que só tendo muita FÉ!”. Já FÉ, ela pronunciava num monossílabo forte, definitivo e encerrado. Então, foi na cozinha de minha avó que comecei a aprender que havia campos diferentes de saber e modos diferentes de perceber, conhecer e interpretar a vida. Alguns diriam respeito à ciência, outros, à fé. Aos poucos as coisas que precisavam ficar mais claras sobre a ciência ficaram mais claras na escola, com tudo o que o mundo da escola trazia: professores, professoras, colegas, livros, cinema. E, as que precisavam ficar mais claras sobre a fé ficaram mais claras na igreja, que eu também freqüentava desde pequena, e com tudo o que o mundo da Igreja significava: padres, freiras, colegas, catequese, missas, livros, grupo jovem, cinema.

Alguns amigos e amigas trilharam semelhante caminho e, em algum ponto, tomamos diferentes direções. No meu caso, deixei de ter fé e abandonei a religião. Julguei que, por mais que a ciência e os cientistas não tivessem e não tenham todas as respostas para todas as questões sobre a vida e o universo, não significava e nem significa que existisse uma força divina e, portanto, sobrenatural por traz dessas lacunas. Mesmo que não venhamos a conhecer tudo em nossa limitada e curta história da humanidade. Outros seguem acreditando e conciliando ciência e fé num equilíbrio que confere sentido à suas vidas. A minha, que, para mim, não concilia, também é plena de sentido. Olhando para trás percebo que um elemento foi fundamental nas minhas opções e na de meus amigos e amigas: a escola pública em que estudei nos garantiu autonomia e liberdade de pensamento. Não havia disciplina de Ensino Religioso nela.

Para a minha avó, a ciência organizava uma certa maneira de pensar e fazer certas coisas que ia garantir, numa significativa quantidade de vezes, que, misturados os ingredientes tais e de uma maneira específica, seus bolinhos de chuva saíssem daquela forma e não de outra. É claro que, como toda ciência séria, é preciso considerar as variáveis e as famosas circunstâncias. Os modos como farinhas são produzidas, vendidas e armazenadas, o estado dos ovos, as condições de trabalho e mesmo as motivações e o estado de espírito da minha avó. Isso serve tanto para os bolinhos de chuva, como para os cientistas e a clonagem, a engenharia genética, as investigações sobre o universo. Já o campo da fé organizaria e daria soluções para outras coisas importantes para ela. Por exemplo, a saudade que ela sentia de sua mãe.

O problema é quando, na escola, se mistura uma coisa e outra sob o mesmo estatuto. É misturar numa aula de ciências, bolinhos de chuva e vida após a morte. Para a primeira, ainda que com sabores ou recheios diferentes, haverá possibilidades de verificar a eficácia ou não de sua produção. Para a segunda, 50 alunos darão 158 respostas diferentes. Definitivamente, a sala de aula não deve ser o espaço de legitimação de nenhuma delas e, para mim, por dois motivos. Primeiro, porque nenhuma das 158 respostas se comprova, a não ser no dentro da fé de cada um. Segundo, porque empoderando e legitimando uma, ou as semelhantes em aspectos fundamentais, outras tantas seriam excluídas e desempoderadas. E não adianta dizer que a disciplina de Ensino Religioso não vai legitimar nenhuma resposta. Se não fosse para cumprir esse objetivo não haveria tanto empenho em difundi-la.

Por todas essas coisas considerei muito acertada a decisão contrária à implantação do Ensino Religioso nas escolas do município tomada unanimemente pelo Conselho Municipal do Rio de Janeiro através do parecer 04/2011, publicado no Diário Oficial de 24 de fevereiro. O corajoso documento defende o caráter laico da escola pública e afirma compreender que o Ensino Religioso não se constitui em uma área de conhecimento específica que deva ser tratada nos moldes disciplinares. Questiona, ainda, que se, como prescreve a lei, o Ensino Religioso é de matrícula facultativa ao aluno, como pode fazer parte dos horários normais das escolas públicas de Ensino Fundamental? E como computar a carga horária dos alunos que optarem por não freqüentá-lo? Pergunta com propriedade, como pensar o estabelecimento de conteúdos que respeitem a diversidade cultural e religiosa, ouvindo entidades civis constituídas pelas diferentes denominações religiosas, sem que isso represente qualquer forma de proselitismo? São questões extremamente pertinentes e para as quais já temos respostas se olharmos o que acontece com o Ensino Religioso no Estado. As entidades religiosas não são apenas “ouvidas”. Elas indicam seus representantes para as coordenações de Ensino Religioso na Secretaria de Educação. E é preciso que se diga que só os credos católicos e evangélicos possuem representações. As entidades também têm autonomia para definirem o conteúdo da disciplina. Basta ver a coleção de livros didáticos católicos lançada pela cúria diocesana em 2007 para o Ensino Religioso católico. São quatro volumes luxuosamente confeccionados, ilustrados pelo cartunista Ziraldo. Uma coleção de conteúdo conservador, que discrimina religiões afro-descendentes e faz propaganda política inclusive, com orientação para o voto partidário. Tudo isso dentro da escola pública.

Ocorre que o prefeito Eduardo Paes já estava decidido a implantar o Ensino Religioso nas escolas do município. Tanto é que ignorou o parecer do Conselho Municipal e encaminhou o Projeto de Lei 862 que cria 600 vagas municipais para esta disciplina. O texto pede urgência na aprovação e a segunda votação será no dia 23/05/2011 na Câmara de Vereadores do Rio. Estes novos professores se somarão aos 500 aprovados em concurso para o Estado em 2004 e aos 364 que já lecionavam esta disciplina antes do concurso, sendo que o Estado prepara novo edital para mais 300 professores.

Tenho realizado entrevistas com professores de Ensino Religioso e elas revelam o contrário do que determina a LDB. Ou seja: não pode haver proselitismo, conversão. Todo mundo sabe que não é isso o que acontece. A bíblia é usada largamente, a Campanha da Fraternidade está dentro das escolas, o Pai-Nosso é rezado em muitas delas, professores apontam alunos e alunas de religiões afro-descendentes como filhos do Diabo.

Participei do VII Fórum de Ensino Religioso, no dia 1 de março deste ano. Seu tema foi: “Ensino Religioso: entrelaçando saberes e vidas/fraternidade e a vida no planeta”. Os 100 professores que estiveram presentes foram recebidos ao som do CD da Campanha da Fraternidade e com uma pastinha contendo um certificado, um cronograma de atividades e vários folhetos com propaganda de editoras católicas. No cronograma entre os objetivos lemos que o VII Fórum pretende “apresentar a Campanha da Fraternidade/2011 numa postura de parceria com a Igreja Católica, procurando dar subsídios para seu desenvolvimento na Comunidade Escolar e nas aulas de Ensino Religioso, com todos os credos”. O cronograma também prevê a comemoração do Dia de c Ação de Graças, em 25 de novembro, com missa na Igreja da Candelária e com participação de alunos das escolas públicas e particulares. Não há dúvidas sobre o que já acontece no Estado e sobre o que vai acontecer no município. Assim como não havia dúvidas que, apesar do precioso parecer do Conselho Municipal de Educação, Eduardo Paes cumpriria a promessa do Ensino Religioso que fez ao arcebispo do Rio, D.Eusébio Scheid, durante a campanha eleitoral e pela qual (entre outras) recebeu amplo apoio da Igreja Católica. Fica também a pergunta: qual o papel dos conselhos para a administração pública?

Quando dizemos que a escola não é lugar de religião significa que as diferentes religiões estão proibidas de circularem na escola? Não, pelo contrário. Tudo circula na escola, porque a escola é espaço de circularidades, verdadeiro e infinito redemoinho de tensões. Para professores e professoras existe, portanto, mais um, entre muitos desafios: olhar a circularidade e antes de qualquer coisa, reconhecê-la. Depois, penetrá-la, e equilibrar-se nela, e andar com ela, e alegrar-se com ela, e estimulá-la e beneficiar-se dela, e aprender com ela e ensinar com ela. As diferentes culturas de alunos e alunas, professores e professoras, incluindo suas religiosidades ou nenhuma religiosidade está nessa circularidade. Engessar o que deve circular livremente na escola como potências de aprendizagens é ruim. É tentar caçar o redemoinho e domá-lo, coisa que me parece impossível. A disciplina de Ensino Religioso quer isso: caçar redemoinhos e engessá-los. Diz que não catequiza e não discrimina. Salvo alguma exceção, não é verdade. E se a exceção como alternativa criadora é importante, ela é o que é: exceção, não regra. E a regra, neste caso estabelecida, é o que multiplica sofrimentos e humilhações de milhares de crianças de candomblé e umbanda, as mais atingidas pela discriminação nas escolas.

Concordando com o físico brasileiro Marcelo Gleiser, também não acredito que a função da ciência deva ser tirar Deus das pessoas, mas “oferecer uma descrição do mundo natural cada vez mais completa, baseada em experimentos e observações que podem ser repetidos ou ao menos contrastados por vários grupos”. No mesmo sentido, Gleiser lembra que Galileu criticou os teólogos católicos, dizendo que a função da bíblia não é explicar os movimentos dos planetas e sim como obter a salvação eterna. ("Não é explicar como os céus vão, mas como se vai para o Céu.") Para o físico brasileiro, muitos cientistas acreditam que o estudo da ciência serve para comprovar a beleza da criação, mas a religião não pode pretender ocupar o lugar da ciência.

O obscurantista não vê isso. Ele nega a beleza da ciência e a vê como inimiga. O obscurantista não ouve nada além de sua própria voz e verdade. Sabe o que é pior? O obscurantista não está só na disciplina de Ensino Religioso. Ele tem nela mais um instrumento. Mas o obscurantista pode lecionar qualquer disciplina. Na próxima semana os obscurantistas marcarão mais um ponto quando a Câmara Municipal aprovar o Ensino Religioso. Digo que vai aprovar não por ser pessimista, mas por ser realista. Os setores laicos estão muito pouco organizados para conseguirem defender o Estado e as escolas públicas dos avanços conservadores, pelo menos por agora, o que é uma lástima.

E eu, que não mais acredito em um plano divino para o progresso da humanidade e sim que a história se transforma em função dos conflitos econômicos e sociais (Marx, 2007), enquanto torço para que essa desorganização dos setores laicos seja temporária, olho para o céu e suas incontáveis estrelas. Ouvindo os candomblecistas, aprendo com eles que Olorum criou tudo isso. Para os católicos, o Deus dos católicos. Já para alguns cientistas, o universo é tão perfeito que não há nada que um Deus possa fazer e outros dirão que justamente essa perfeição revela a existência de Deus. De minha parte, só acho um privilégio imenso poder apreciar essa beleza infinita. Seja quem ou o que for que a tenha criado ou que, como penso, ela simplesmente tenha surgido por pura sorte nossa.

Referências bibliográficas
ENGELS, Friedrich e MARX, Karl, A ideologia alemã. São Paulo, Boitempo: 2007.
GLEISER, Marcelo, Conciliando ciência e religião, Caderno Mais, Folha de São Paulo, 25 de junho de 2006.

Esmola docente


É óbvio que QUALQUER auxílio para fomentar a cultura do professor é bem-vindo, louvável, admirável.mas com um salário de R$ 765,00 ele não é auxílio cultura, é complementação salarial dos docentes (desclareça-se que NÃO é para tod@s, só para os que estão com turma).

Perguntinha que não quer calar: professor que não está em sala de aula, mas em atividade na escola não é professor? Professor aposentado não é professor?

Quem tem medo da verdade? SEPE Niterói

terça-feira, 24 de maio de 2011

Para tudo!


De novo a "Capital Rio Produções Apoio e Eventos Ltda volta" é contratada para realização de palestras para a educação.
Desta vez o valor empenhado é de R$ 19.200,00. A empresa cobra 20 mil reais diários para suas "palestras", em fevereiro foram 60 mil reais em 03 dias.
O palestrante fez-nos ouvir, naquele momento, um monte de palavras de autoajuda.
Acham mesmo que somos carentes afetivamente.
Somos carentes de VALORIZAÇÃO, mais especificamente SALARIAL!
Fala sério, Secretaria de Educação!
O C.M. Rui Barbosa promoveu um Congresso de Avaliação no sábado dia 30/04, que custou exatamente NADA aos cofres públicos, mas o que o Rui tem a dizer não interessa ao governo.

Professora Amanda Gurgel confirma presença Congresso do Sepe


Veja a programação do XIII Congresso do Sepe: Professora Amanda Gurgel confirma presença no último dia do evento

A professora Amanda Gurgel, que tem concentrado as atenções em todo país, após denunciar as condições da Educação Pública brasileira em uma audiência na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, confirmou a sua participação no XIII Congresso de Educação do Sepe, que será realizado de 26 a 28 de dezembro. Amanda irá ao Congresso no dia 28 de maio, sábado.

Veja a programação integral do XIII Congresso, que se inicia na quinta-feira (dia 26/5) e será realizado no Clube Municipal, na Tijuca.


Programação
dia 26.05 (quinta)
09 às 20h - Credenciamento dos delegados titulares;
10 às 12h – Atividade cultural e homenagens. Apresentação de escolas e homenagem a Profª Alix Brantes e ao funcionário Eduardo Manoel (Direção de São Gonçalo);
12 às 13h – Almoço;
13 às 15h – Votação do regimento;
15 às 17h – Políticas educacionais;
Debatedores: Lúcia Neves – Waldeck Carneiro - Kátia Lima -


18 às 20h – Debate sobre violência
Debatedores: José Cláudio Souza Alves - Wanderley Quêdo – Marcelo Freixo -

dia 27.05 (sexta)
08 às 14h - Credenciamento dos delegados titulares;
09 às 12h - Mesa de conjuntura;
Debatedores: Roberto Leher – Daniel Arãao Reis – Érico M. Correa –
12 às 13h - almoço
13 às 15h - Mesa sobre concepção sindical e reorganização;
Debatedores: representantes das diversas concepções presentes na direção do SEPE/RJ.


14 às 20h – Credenciamento dos delegados suplentes;
15 às 17h - Defesa das teses (11 gerais e 14 específicas)
17h30min às 20h - grupos de discussão;
18 às 20h - reunião da comissão de sistematização

dia 28.05 (sábado)
09 às 18h – Plenária
13 às 14h - Almoço
a partir de 19h - Baile

VITÓRIA DO DEPARTAMENTO JURÍDICO DO SEPE!


Amanhã sairá a publicação de mais uma decisão vitoriosa para o Sepe, que é a respeito da restituição dos valores descontados em 2005 (janeiro e fevereiro/05) a título de gratificação nova escola, o tribunal do Rio havia indeferido este mandado de segurança coletivo e conseguimos em recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça reverter a decisão em favor do Sepe, portanto, será mais uma ação a executar, já possuimos os cálculos da restituição inerente ao ano de 2006, agora também teremos o referente ao ano de 2005.
Aguardo o retorno dos autos a origem, assim, informo que também poderá ser acrescentada esta ação à lista encaminhada anteriormente sobre as ações ganhas pelo Sepe face ao ESTADO;
Segue o trechinho final da decisão que acabou de sair para conhecimento de todos, em favor dos substituídos pelo Sepe no mandamus (os substituídos são os servidores que foram descontados):

(...)

Destarte, não há que se impor a restituição pelos servidores ora substituídos de quantias percebidas de boa-fé e por equívoco do erário, a título de Gratificação Nova Escola, porquanto tais valores não lhes serviram de fonte de enriquecimento ilícito, mas sim como uma forma de suas subsistências e de suas famílias.

Ante o exposto, com fundamento no art. 557, § 1o.-A do CPC, dou provimento ao Recurso Ordinário para conceder a segurança e determinar a devolução dos valores indevidamente descontados a título de Gratificação Nova Escola, referente aos meses de janeiro e fevereiro de 2005. Custas ex lege. Sem condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nos termos da Súmula 105/STJ.

12. Publique-se. Intimações necessárias.

Brasília/DF, 23 de maio de 2011.

NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

MINISTRO RELATOR

Professor do Estado do Rio de Janeiro desabafa

Sou professor do Ensino Médio no Estado do Rio de Janeiro e nossa situação é quase idêntica a que foi colocada.

Eu digo quase porque temos alguns agravantes que passo a relatar:

1 – Recebemos alunos oriundos do Ensino Fundamental que muitas vezes sequer sabem ler e, quando sabem, não conseguem entender o que leem.
2 – O Governador prometeu, na campanha do primeiro mandato, colocar na Sec. Est. De Educação pessoas oriundas da Educação. Já está no segundo mandato e NUNCA cumpriu a promessa. Ao contrário disto, colocou pessoas com formação técnica que estão tratando a Educação como um número a ser melhorado esquecendo que Educação está ligada a área de Ciências Humanas, ou seja, lida com gente, pessoas.
3 – O Governador pinta, à frente das luzes e câmeras, um cenário maravilhoso pra nós mas, nos bastidores, estamos sendo humilhados, ameaçados e fiscalizados. Na verdade, está sendo imputada a nós a culpa pela situação da Educação no Rio de Janeiro e, da mesma forma, colocada sobre nós a responsabilidade por reverter esta situação.
4 – O mesmo Governador, ainda na primeira campanha, prometeu incorporar aos salários a gratificação chamada de “Nova Escola” mas somente no final do primeiro mandato apresentou um plano de incorporação em parcelas que só será concluído em 2015. O lado mais sórdido disto é que os professores que já recebiam esta gratificação não estão ganhando nada além do que já ganhavam e estão condenados a ficar sem aumento até 2015.
5 – Ainda na frente das câmeras, o Governador diz, por exemplo, que “os professores ganharam notebooks” fazendo o público acreditar que TODOS os professores tem notebooks e que estes foram dados. Isto está longe de ser verdade. Nem todos os professores receberam o notebook e os que receberam tiveram que assinar um termo se comprometendo com a devolução em caso de aposentadoria, exoneração e até mesmo licença médica por mais de 90 dias. Assim sendo, não ganhamos nada.
6 – O Plano de Metas que será usado para calcular uma possível gratificação tem aberrações que tiram pontos das escolas como:
a) Índice de alunas grávidas (como se nós tivéssemos como determinar o que cada aluna pode ou não fazer com o seu corpo).
b) Índice de alunos(as) que apresentam problemas de envolvimento com drogas (como se nós pudéssemos entrar em sala e perguntar: “Quem aí usa drogas????”).
Como se não bastasse, o tal plano tem por objetivo indireto, colocar professores e profissionais de ensino uns contra os outros. Explicando: Se um professor falta muito, mesmo que o diretor faça o que deve ser feito (registrar a falta, dar advertência, etc). a escola perde pontos e, consequentemente, todos as pessoas lotadas na escola perdem.
7 – A evasão escolar está sendo usada apenas para o que o Governo chama de “Otimizar turmas”, ou seja, extinguir turmas com MENOS DE 30 ALUNOS formando turma com até 50-60 alunos.
A consequência disto, além é claro da queda de qualidade das aulas e aproveitamento dos alunos, e a perda de carga horária do professor fazendo-o procurar a Coordenadoria para conseguir alguma escola para complementar a sua carga.
Neste caso, na maioria das vezes ele acaba tendo que mudar sua rotina radicalmente e se for assim ainda tem que dar graças a Deus pois como o processo se otimização acontece em toda a rede, são muitos os professores com carga horária “roubada” e muitas escolas com turmas “otimizadas”
É o Governo diminuindo a carência de professores pela diminuição do número de turmas (algo como acabar com a pobreza matando os pobres).
8 – Como não poderia ficar de fora, temos também a questão do salário. Um professor recém empossado tem como salário líquido R$ 681,44. Somente no início deste ano letivo passamos a receber auxílio para transporte e mais nada.
O Governo vem falando de um auxílio cultural mas até agora nada está certo.
Quanto à alimentação, vale o que foi dito no seu programa. Oficialmente o professor é PROIBIDO de se alimentar com o que é servido aos alunos.
Mas não recebemos nenhum auxílio alimentação…

Enfim, estamos vivendo uma crise geral onde nós professores nos vemos pressionados, sem recursos, sem dinheiro, sem futuro, sem apoio da sociedade, sem qualidade de vida, sem convívio familiar.... resumindo, vivendo sem vida.

Enviado ao Programa do Faustão em ocasião da fala da Profª Amanda Gurgel

A luta é de TOD@S!

Plenária sobre o Plano de Metas da Educação estadual no sábado 21/05

O Sepe realizou uma plenária sobre o Plano de Metas da Educação estadual no sábado, dia 21 de maio. Veja o que foi discutido e deliberado:

- A categoria deve procurar o sindicato se sofrer qualquer tipo de ameaça com relação ao boicote dos profissionais ao lançamento de notas no Conexão Educação e na aplicação do Saerjinho;

- Os profissionais não devem assinar nenhum documento, no qual estejam se recusando a lançar as notas no Conexão Educação ou a aplicar o Saerjinho, e que possa se transformar em prova contra eles mesmos.

- Os profissionais devem acessar a seção fale conosco no site do Sepe (www.seperj.org.br) e denunciar as turmas que estão sem professores de Matemática e Língua Portuguesa para que possamos preparar uma representação no Ministério Público Estadual, já que os alunos não podem fazer avaliações de disciplinas onde não existem professores;

domingo, 22 de maio de 2011

A Educação vai parar!


O vídeo da Profª. Amanda Gurgel promoveu uma discussão nacional sobre as condições da aprendizagem no Brasil.

Através das redes sociais, convidamos todos os professores e a sociedade civil para PARALISAÇÃO NACIONAL no dia 31/05/2011.

O intuito da PARALISAÇÃO é convidar as esferas governamentais para discussão acerca das condições de trabalho do professor como, a qualidade do ensino público e particular no Brasil. Assim, durante uma semana mobilizações em diversos locais do Brasil estará acontecendo.

"Nunca duvide de que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas consiga mudar o mundo. Na verdade, sempre foram elas que mudaram." (Margaret Mead)

fonte: paralisaçãonacional

Atenção professores de Belford Roxo!

Colegas professores, estamos programando, junto à diretoria do SEPE de
Belford Roxo, um encontro com a SEMED de Belford Roxo. O objetivo
deste e-mail e convocar todos os concursados (último concurso de
Belford Roxo) para o encontro. Solicito aos colegas que conheçam
outros professores que se encontrem nesta situação que entrem em
contato comigo. pauloprofgeo@gmail.com

Somos concursados, estamos no cadastro reserva e Belford Roxo após
convocar os classificados nas vagas ofertadas no edital, abriu
contrato temporários para os restantes das vagas e não chamou o
cadastro reserva.

A hora é agora!

Esta é a hora!!


A professora merece todos os aplausos, mas não adianta só parabenizar a professora Amanda Gurgel! Façamos nossa parte!
Vamos lá, campanha nas redes sociais: #dezporcentodopibja

Entrevista com a profa Amanda

A senhora esperava toda essa repercussão, no YouTube, com seu depoimento sobre a situação da educação?

AMANDA GURGEL DE FREITAS: Nunca. Eu jamais imaginei que uma situação, que para mim é tão corriqueira e tão óbvia para todo mundo, pudesse ter uma abrangência tão grande. Não tem quem não veja como é a rotina de um professor.

O que a senhora acha que está faltando para mudar a situação do professor?

AMANDA: Posso falar sinceramente: vergonha. Esse caos que existe na educação não é um caos desorganizado, entre aspas, é um caos preparado, existe uma intenção para que a educação funcione desse jeito, para que os filhos da classe trabalhadora jamais atinjam altos níveis de cultura, para que no máximo eles aprendam um ofício.

A senhora hoje tem dois empregos, acorda às 5h da manha e passa o dia todo trabalhando. Como é a vida de um professor sem condições até de se qualificar, de ler? Como faz para se atualizar?

AMANDA: Olha, é muito difícil. Para qualquer professor, isso é muito difícil. Então, na nossa categoria, até é importante tocar nesse ponto, nós vivemos uma certa crise de identidade, porque enquanto a nossa atividade sempre foi considerada intelectual, e ainda hoje leva esse nome de uma atividade intelectual, de formadores de opinião, a verdade é que nós estamos passando por um processo de proletarização, que está se acentuando a cada dia. E a nossa atividade é principalmente manter o aluno em sala de aula, independente de qualquer coisa. Por isso que muitas vezes as pessoas confundem os responsáveis pelo caos e acham que a greve atrapalha os alunos. Na verdade, a greve não atrapalha, justamente por isso, se nós não estivéssemos em greve não teríamos a oportunidade de falar sobre a educação nesse momento, porque estariam todos os alunos dentro da sala de aula controlados pelos professores, que não estariam em condições de ter uma atividade digna, de exercer a atividade docente decentemente, porque as salas são superlotadas, porque as salas são quentes aqui na nossa cidade, porque os professores não têm condições de se atualizarem. Infelizmente, não é dada essa oportunidade para os professores.

A senhora disse que o professor sofre muito de doenças psicossomáticas. A senhora já teve depressão. Como é a saúde dos professores?

AMANDA: Os professores são submetidos a uma jornada de trabalho que é extenuante, sem ter condições de trabalho dígnas. Frequentemente desenvolvem doenças relacionadas à atividade profissional e, em troca, recebem por parte dos governos mais uma forma de opressão, que é impedí-los de darem entrada em licenças médicas ou em readaptação de função. Recentemente, em um consultório, um médico disse que não poderia fornecer um laudo para encaminhar um paciente a uma junta médica porque hoje em dia professor e policial são todos assim, querem ganhar dinheiro sem trabalhar. Dentro do consultório médico ele defendeu a política do governo do estado, dizendo que o governo está muito certo mesmo. Independente do seu estado de saúde, o professor tem mais é que estar em sala de aula. Isso só reforça essa ideia que para o governo educação de qualidade é aluno controlado dentro de sala de aula, independente da condição dessa aula e das condições de saúde do trabalhador.

Depois do sucesso na internet, a senhora pretende se candidatar a algum cargo político?

AMANDA: Nunca pensei sobre isso, não pretendo no momento. Talvez as pessoas possam achar que eu fiz isso por interesse. Mas minha militância é pelas demandas da nossa categoria e não gostaria que fossem confundidas com as do partido. Não tenho pretensão política governamental, mas faço política no meu dia a dia. As pessoas que me conhecem sabem de minha atuação. Talvez em outros momentos a conjuntura possa me levar para outros rumos.

fonte: O globo

Mais um depoimento virtual


Depoimento de professor sobre a situação da Educação no Estado do RJ.
Clique no link

sábado, 21 de maio de 2011

É o fim da Educação!


Depoimento de professora da rede Estadual do RJ:

Dia 18/05/ 2011, a minha diretora convocou todos os professores para a sua sala e disse: "É o seguinte gente, agora é mais que sério, não é um pedido e sim uma ordem. Todos os alunos devem ser aprovados. Não pode haver reprovações , em hipótese alguma em projetos, religião ou afins. Não nos interessa professores que reprovam muito. Quem não concordar que caia fora. Deem suas melhores aulas e elaborem as provas mais fáceis possíveis. Passem trabalhos, deem provas em dupla, se virem mas aprovem. O sistema é esse e não sou eu que irei pagar o ônus da educação. Se isso acontecer muita gente vai comigo. Quem não atingir as metas não receberá a gratificação e não esqueça que os alunos estão os avaliando e que já tenho o resultado dessas avaliações. "

Comentário:

A-B-S-U-R-D-O !!
Acreditamos que, com medo de PERDER a gratificação que é MUITO maior do que o salário, as diretoras façam pedidos como este.
Denunciemos o que o famigerado Plano de metas está nos transformando.

Chegaremos ao fundo do poço, se é que já não estamos nele.