Na Luta pela Escola Pública

Este blog pretende criar um espaço para informações e discussões sobre Escola Pública na Região dos Lagos, com destaque para o município de Cabo Frio.

O nome “Pó de Giz” é tomado, por empréstimo, do antigo time de futebol dos professores do Colégio Municipal Rui Barbosa. Um colégio reconhecido por sua luta pela educação pública de qualidade. Um lugar onde fervilha a discussão educacional, política e social. Colégio que contribui de maneira significativa na formação de seus alunos, lugar onde se trabalha com o sentido do coletivo.

O " Pó de Giz" é uma singela homenagem a essa escola que tem um "pequeno" espaço educacional, mas corajoso e enorme lugar de formação cidadã.


terça-feira, 22 de setembro de 2015

POR QUE NÃO APLICAR O SAERJ/SAERJINHO?

• O governo gasta milhões dos recursos públicos por ano para garantir a aplicação das avaliações externas, em contrapartida se recusa a reajustar o salário dos profissionais da educação e investir em infraestrutura e melhores condições de trabalho.
• A política de metas, fundamentada nos princípios da meritocracia, é um método de responsabilização dos professores, funcionários e estudantes pelos problemas e debilidades da escola, ao mesmo tempo em que isenta o governo de qualquer culpa sobre a precarização da rede pública de ensino. Os problemas da escola são nossos, mas não fomos nós que os criamos, o governo é o verdadeiro responsável!
• Os trabalhadores da educação sofreram uma perda salarial enorme nos últimos anos, nossos salários têm sido corroídos pela alta inflação em consequência da ausência de reajustes. Com o Saerj e outras medidas de “avaliação” o governo pretende nos impor a ideia de que se os alunos não correspondem as expectativas, é por exclusiva incompetência dos professores e funcionários, não sendo, portanto, merecedores das gratificações. Ou seja, subordinam a remuneração dos profissionais às metas, mantendo uma dura política de arrocho salarial.
• Os resultados do saerj/saerjinho são utilizados contra as instituições de ensino. É perfeitamente questionável a utilização de provas objetivas como método para avaliação de uma escola. Isso, em si, já é um grande problema, porém, mais grave ainda, é usar o resultado desses exames para punir as escolas que não alcançam as metas estipuladas. Se realmente existisse preocupação com a qualidade do ensino, o governo faria justamente o contrário, investiria e tomaria os cuidados necessários principalmente com as escolas que apresentam mais deficiências e dificuldades, o que contribuiria para redução da desigualdade entre as unidades. A meritocracia “favorece” um número reduzido de escolas, marginalizando as demais e aprofundando seus problemas.
• O saerj/saerjinho também tem ferido a autonomia pedagógica do professor(a). A elaboração das provas é fruto de um processo autoritário que não passa pelos profissionais das escolas e que se impõe com um caráter “obrigatório” através de determinações em portarias. Observamos uma tendência geral nas escolas da Rede Estadual de desmerecimento das avaliações criadas pelo(a) professor(a) – quem realmente conhece a realidade objetiva e, por isso, está em melhores condições de avaliar – e uma supervalorização das avaliações externas. Isso se expressa de forma mais clara quando, em alguns casos, os alunos recebem pontuação simplesmente por terem realizado a prova, independente de seu rendimento. O saerjinho funciona como um treinamento para o Saerj, que por sua vez, pode ser entendido como um treinamento para o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), dessa forma, converte-se os educadores em preparadores para provas – cujos resultados não expressam a realidade. Educar para além de habilidades e competências, ou seja, para a construção de uma prática questionadora e transformadora, para a criatividade e inventividade, etc., torna-se secundário. Pretende-se com tudo isso criar índices que mascarem a realidade, dados que sirvam como uma maquiagem que sirva para dificultar enxergar os problemas fundamentais da educação.
• Um projeto meritocrático muito semelhante é aplicado em escolas nos Estados Unidos, o desfecho desse processo lá é o que já sofremos aqui em certa medida e ainda nos aguarda de forma mais aprofundada num futuro próximo, a privatização do ensino público. As autoridades públicas nos EUA trataram de responsabilizar as escolas pelos seus problemas, reduzir investimentos, precarizar e, por fim, vender a educação para iniciativa privada. Junto com a privatização, vem o aumento da instabilidade profissional, redução da autonomia, deterioração das condições de vida dos trabalhadores e restrição do acesso ao direito à educação.
BOICOTE AO SAERJ/SAERJINHO!
GARANTIR A AUTONOMIA PEDAGÓGIA E UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE!
FIM IMEDIATO DA MERTOCRACIA NA EDUCAÇÃO PÚBLICA!
COMITÊ DE MOBILIZAÇÃO – C. E JORNALISTA TIM LOPES


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