Na Luta pela Escola Pública

Este blog pretende criar um espaço para informações e discussões sobre Escola Pública na Região dos Lagos, com destaque para o município de Cabo Frio.

O nome “Pó de Giz” é tomado, por empréstimo, do antigo time de futebol dos professores do Colégio Municipal Rui Barbosa. Um colégio reconhecido por sua luta pela educação pública de qualidade. Um lugar onde fervilha a discussão educacional, política e social. Colégio que contribui de maneira significativa na formação de seus alunos, lugar onde se trabalha com o sentido do coletivo.

O " Pó de Giz" é uma singela homenagem a essa escola que tem um "pequeno" espaço educacional, mas corajoso e enorme lugar de formação cidadã.


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

São Paulo já com 1/3 de planejamento. e o Rio?

- Legislação aprovada em 2008 e validada pelo STF estabelece que um terço do tempo remunerado é para atividades fora da sala de aula
iG São Paulo | 28/11/2011 19:13 - Atualizada às 20:22

-- A Justiça concedeu liminar ao Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) para que a lei do piso para professor se aplique a todos os 225 mil docentes ativos da rede a partir de 2012. Com isso, um terço da carga horária remunerada dos professores precisa ser reservado à formação e outras atividades além da aula. Atualmente, a Secretaria Estadual de Educação paulista separa apenas 17% do tempo de trabalho para preparo do profissional e das atividades.

-- A lei 11.738, que trata do piso nacional, foi aprovada em 2008 e questionada juridicamente por alguns Estados. Este ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou o recurso improcedente e aprovou todo o teor da lei que exige remuneração mínima - hoje em R$ 1.187 por 40 horas semanais - e que ao menos um terço das horas recebidas sejam cumpridas fora de sala de aula. A Apeoesp entrou com ação pelo não cumprimento da lei e o juiz Luiz Fernando Camargo de Barros Vidal, da 3ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo, concedeu na tarde desta segunda-feira, liminar que estabelece o cumprimento da legislação.

-- No seu despacho o Juiz informa que a Secretaria da Educação “silenciou” frente à possibilidade de manifestação preliminar. Na sequência, informa que a Fazenda Pública do Estado se manifestou afirmando que a jornada de trabalho estadual deve prevalecer sobre a lei federal. O juiz não aceitou a argumentação e concluiu que o cumprimento da lei interessa não apenas aos professores, mas também aos alunos, “posto que a providência concorre para a melhoria das condições de ensino.”


-- Após recordar às razões pelas quais o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela integral constitucionalidade da lei o despacho do juiz afirma: “Deste modo, e porque o pensamento do juízo é concordante com o entendimento do STF, e mesmo porque seria veleidade decidir em sentido contrário, não há razão alguma para deixar de ser acolhido o argumento contido na inicial a respeito da pronta eficácia e aplicabilidade da norma legal.”

domingo, 27 de novembro de 2011


A campanha 10% do PIB para a educação acaba de ganhar consulta eletrônica.

Vamos votar e divulgar!

10% do PIB para a Educação Pública Já!

sábado, 26 de novembro de 2011

Informes da Consulta para diretores da Rede Municipal de Cabo Frio

O SEPE-Lagos através de seus representantes, Profª Denize Quintal e Maria Helena (Lelena), compôs a Comissão Organizadora Central da Consulta para direção das escolas de Cabo Frio.

Na primeira reunião, ficou decidido que só poderiam ser candidatos à reeleição aquelas pessoas que estivessem, no máximo, em seu segundo mandato consecutivo, independente da unidade escolar em que tivesse cumprido sua candidatura.

Essa decisão foi tomada pela leitura do artigo 25 da lei da consulta e numa votação interna da Comissão Central por ampla maioria.

Na reunião seguinte, um representante do governo, solicitou a rediscussão da votação, na ocasião decidimos procurar o Ministério Público.

O Ministério Público não se promunciou informando-nos impossibilitando de emitir parecer e indicou, informalmente, uma conversa com a câmara para reelaborarão do artigo 25 e/ou uma conversa com a procuradora do Município.

Por votos, a decisão da comissão foi de não ida à Câmara e a Procuradoria.

A Comissão Central, por votos, decidiu manter o entendimento da primeira reunião (só poderiam ser candidatos à reeleição aquelas pessoas que estivessem, no máximo, em seu segundo mandato consecutivos, independente da unidade escolar em que tivesse cumprido sua candidatura).

Iniciamos, então, as análises da inscrições de chapas.

Muitas chapas tiveram pendências de documentos, como por exemplo a comprovação de experiência no magistério, prestação de contas, entrega de inventário da escola ou certificado/declaração de conclusão de curso superior.

As chapas com pendências foram informadas das pendências e muitas foram sanadas, tendo suas inscrições deferidas.

Poucas chapas não resolveram as pendências e foram impedidas de serem inscritas.


Algumas chapas foram indeferidas pelo artigo 25, mas não pelo motivo fruto da discordância e questionamento da primeira reunião.

Eram chapas em que os diretores e/ou adjuntos, estavam na direção por mais de 3 mandatos NA mesma unidade escolar. Esta situação não foi fruto de discordância na Comissão Organizadora Central. A Comissão foi unânime pelo impedimento.

As chapas que estavam na situação tomada pela Comissão na primeira reunião foram indeferidas.

O governo continou discordando da decisão da comissão e, através de processo iniciado por uma das chapas indeferidas, foi à Procuradoria a fim de buscar parecer.

No último dia de inscrição das chapas, às 15h, chegou a comissão parecer da Procuradoria confirmando (no entendimento deles) a possibilidade de inscrição de chapas de diretores/diretores adjuntos de mais de 3 mandatos consecutivos em escolas diferentes.

Diante dessa orientação da Procuradoria a Comissão rediscutiu a matéria votando, desta vez pelo deferimento das chapas em discussão.

Das 89 escolas do município de Cabo Frio apenas algo em torno de 10% não acontecerá a CONSULTA para direção das escolas.

Esperamos que o processo eleitoral permaneça dentro dos critérios da LEI e toda decisão para a indicação dos diretores seja fruto da discussão democrática.

Repudiamos a manobra feita por algumas pessoas junto à Câmara e o papel anti-democrático de alguns vereadores que encaminharam emendas prejudiciais aos processo de consulta e a TODOS que votaram "enganados" na referida emenda.

fonte: SEPE-Lagos

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O ônus da Meritocracia

O QUE OS EUA TÊM A NOS ENSINAR

Leiam no blog Educação em Foco o livro que conta como o sistema americano de ensino faliu depois que o governo a adotou a meritocracia e testes padronizados (como SAERJ, SAEB, etc). Uma resenha do livro está no blog. Todo educador sério que se preocupa com os rumos da educação em nosso estado deve conferir e comentar. O crime que o atual governador junto com seu secretário economista travestido de educador estão fazendo contra as futuras gerações irá custar um preço muito caro para nossa sociedade.

Fonte:Facebook , por Sérgio Murilo Leal.

Sepe fará campanha e protesto no dia 23/11 contra fechamento de escolas estaduais

Profissionais, alunos e pais das escolas estaduais noturnas ameaçadas de fechamento realizarão um ato amanhã, quarta-feira, dia 23, na porta da Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) – na Rua da Ajuda, Centro -, às 18h, para protestar contra o anúncio feito pelo secretário de estado de Educação, Wilson Risolia, do fechamento de 48 escolas que funcionam em regime compartilhado com a Secretaria Municipal de Educação do Rio (as escolas têm aulas da rede municipal de dia e da rede estadual no turno da noite).

Além do ato, o sindicato vai promover uma campanha publicitária intitulada "Fechar escolas é crime", veiculando mensagens contra a política da Seeduc de extinção de escolas noturnas na capital e dos municípios, que também terão unidades fechadas.

O Sepe está à frente da luta em várias escolas ameaçadas, mobilizando as comunidades escolares com atos de protesto, reuniões e audiências na Secretaria para reverter o processo de extinção de escolas, que ameaçava o ano letivo dos alunos do ensino estadual noturno. A mobilização foi iniciada em meados deste ano, quando Risolia anunciou a intenção de fechar mais de duas dezenas de escolas noturnas que atendiam alunos das regiões da Tijuca, Rio Comprido e Centro. Graças à mobilização, a secretaria acabou revertendo o fechamento.

Em outubro, por exemplo, a mobilização do Colégio Tereza Cristina, em Brás de Pina, impediu a Seeduc de extinguir várias turmas e realocar os alunos, e isto faltando dois meses para o final do ano letivo. Depois de vários protestos e reuniões na escola, na Metropolitana local e na Secretaria, o secretário recuou da decisão e os alunos não foram prejudicados.

Agora, a Seeduc volta a atacar o direitos dos alunos à escolas públicas noturnas e ameaça fechar 48 unidades para o ano letivo de 2012. A iniciativa faz parte do processo de municipalização e de "otimização" das unidades estaduais. Mas o sindicato e as comunidades escolares não irão permitir que a política de mercantilização da escola pública estadual prejudique ainda mais a educação em nosso estado.

Fonte: SEPE - RJ

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Vergonha!

Uma vergonha o que presenciei na câmara de Cabo Frio:
Vereadores assumindo que votaram sem saber no que estavam votando na época da alteração da Consulta para diretores. Assumem a votação "equivocada" para tentar justificar que representam a população mesmo quando, na hora do voto, fazem diferente. Vereadores, vcs NÃO nos enganam... sabemos a quem vcs não podem desagradar.

UMA VERGONHA para população e uma afronta ao princípio democrático que perpassa por qualquer lei de eleição!

Atenção, profissionais da EDUCAÇÃO não podemos e não devemos nos calar.

Profa Denize

sábado, 19 de novembro de 2011

Meritocracia em Debate





Participei, como colaboradora, de uma reportagem da Revista Profissão Mestre cujo tema era a Meritocracia. Minha intenção era denunciar as condições dos professores e professoras no Estado do Rio de Janeiro, com seus baixos salários, jornada de trabalho intensa e políticas de bonificação.

A revista é voltada para o público docente e espero que possa incomodar aos que tanto nos impõem esta triste realidade.

Vamos à luta!


Profª Denize


Clique aqui para baixar a reportagem


* Reportagem publicada na edição nº146, ano 13, da revista Profissão Mestre, novembro de 2011 - www.profissaomestre.com.br

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

“I Encontro Municipal da Diversidade Étnica e Cultural de Armação dos Búzios"

Temática abordada

“Algumas manifestações culturais da brasilidade que perpassam o mito da democracia racial

Programação - Dia: 22/11(terça – feira) - 18 horas

Abertura do Evento

Escola convidada: Catarina da Silveira

Cordeiro – Grupo Griot Construindo Saberes

Apresentação de Jongo e Ciranda

Professora Márcia Fonseca

Palestrantes

Clara Cyrino Lugão Silva

Mestranda em Ciências Sociais (PUC – Rio)

“Tenho séculos de espera nas contas da minha costela”: O Clube da Esquina e os grupos étnicos.


Luiz Guilherme Scaldaferri Moreira

Doutorando em História (UFF)

“Os índios na aldeia de São Pedro de Cabo Frio”.

Carlos Eduardo Dias Souza

Doutorando em Sociologia (USP)

Império Serrano, entre a tradição e a memória africana nas escolas de samba do Rio de Janeiro”.

Local: CEMEI(Centro Municipal de Educação Integral) - Rasa

Av. José Bento Ribeiro Dantas nº 276 - Rasa

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Endereço das Escolas da Rede Municipal de Cabo Frio



Publicado na edição da Revista da SEME

Paralisação da Rede Municipal de Cabo Frio


Replicado: Blog SEPE-Lagos

Para onde vai o dinheiro da Educação?


Clique aqui para assistir ao vídeo

Pesquisa mostra que apenas 2% dos jovens querem ser professores

A falta de professores qualificados ainda preocupa no Brasil, e a desvalorização da carreira faz com que muitos jovens prefiram outras profissões. Cerca de 600 mil professores que atuam na educação básica — que inclui a educação infantil e os ensinos fundamental e médio — não têm o preparo necessário à função, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). E apenas 2% dos jovens querem cursar Pedagogia ou alguma licenciatura, segundo pesquisa da Fundação Carlos Chagas.

Pela legislação atual, os professores da educação básica têm que ter nível superior. Porém, cerca de 600 mil dos quase dois milhões de docentes do país não possuem curso universitário, segundo o MEC. De acordo com o secretário de Ensino Superior do ministério, Luiz Cláudio Costa, cerca de 300 mil estão fazendo licenciaturas ou mestrado para se adequar à exigência.

Na avaliação de especialistas, há carência de professores qualificados em diversas áreas, como nos primeiros anos da educação infantil e nas disciplinas de Física e Química.

— Nas Ciências Biológicas, faltam professores praticamente em todos os setores. As redes procuram cobrir isso usando profissionais que, na sua formação, tangenciam as disciplinas (em que há falta de professores) — diz a pesquisadora Bernadete Gatti, colaboradora da Fundação Carlos Chagas.

Como outros especialistas, Bernadete se preocupa com a queda no número de alunos de licenciatura ou Pedagogia. Segundo o MEC, esse número vem diminuindo na modalidade presencial, por causa da falta de interesse dos jovens. Em 2005, 1,2 milhão de alunos estudava alguma licenciatura, número que, em 2009, passou para 978 mil. No mesmo período, o número de alunos de Pedagogia caiu de 288 mil para 247 mil.

No entanto, houve expansão das graduações à distância, para atender à necessidade de professores que já estão no mercado de trabalho. De 2005 para 2009, o número de estudantes das licenciaturas subiu de 101 mil para 427 mil. Nos cursos de Pedagogia, o número pulou de 27 mil para 265 mil, no mesmo período.

— Nem todos os cursos à distância são ruins. Mas eles não são supervisionados direito, não têm uma proposta clara. Muitos alunos desistem porque não têm com quem discutir — diz a superintendente de pesquisa em Educação da Fundação Carlos Chagas, Elba Siqueira Barretto.

MEC rebate e diz que tem fechado cursos de má qualidade.

A evasão dos cursos de Pedagogia e licenciatura também preocupa educadores.

— Nas universidades privadas, os cursos de licenciatura e a Pedagogia são os que têm as taxas mais elevadas de evasão, de 50 a 55% — afirma Maria Helena Guimarães Castro, ex-presidente do Inep, órgão responsável pelas estatísticas do MEC.

Mas, segundo o MEC, dados preliminares já mostram que a taxa de evasão está diminuindo em algumas universidades.

"Quero lutar pela educação", diz estudante

Pesquisa realizada em 2010 pelas fundações Carlos Chagas e Victor Civita mostrou que, dos 1.500 alunos ouvidos, apenas 2% dos jovens do terceiro ano do ensino médio pretendiam cursar Pedagogia ou alguma Licenciatura.

— A carreira é um horror. Apesar de os planos de carreira terem melhorado, e de existir um piso salarial nacional (R$ 1.187 para jornada de 40 horas semanais), eles deixam a desejar. A média salarial está baixa em relação às exigências. Outra coisa que afeta a escolha é a condição das escolas públicas, que são precárias, sem infraestrutura e gestão — diz Bernadete.

Mesmo sabendo desses problemas, o estudante de Pedagogia Cesar Scarpelli, de 24 anos, quer dar aulas para crianças:

— Quero lutar pela educação. Meus pais sempre falam: "não vá trabalhar na rede pública", por causa da ideia de que é uma profissão sofrível. Mas acho que temos que ir para a periferia.

Rivaldo Vieira Xavier Júnior, de 21 anos, estuda licenciatura em Física e sabe bem o que é sofrer com a falta de professores:

— Estudei em escola pública e fiquei sem aulas de Química por quase todo o segundo ano do ensino médio. Tenho interesse em educação devido à realidade da escola onde estudei. Ser professor no Brasil é ato de coragem.

Já a estudante de Pedagogia Maria Alice Bertodini diz que é preciso ser sonhador para abraçar a profissão:

— A ideia de ser professor é idealista, é por amor, por gostar de crianças.

Para o estudante de Química Mauritz Gregori de Vries, de 20 anos, que dá aulas particulares, falta vocação a muitos dos que estão fazendo licenciatura.

— Às vezes, as pessoas fazem a licenciatura porque sabem que a demanda por professores é alta e que um emprego na indústria, por exemplo, é mais difícil.

O secretário de Ensino Superior do MEC reconhece que os salários não são adequados. Mas diz que a meta do governo é que, em 2020, o rendimento médio dos docentes com a qualificação necessária seja o mesmo que o de qualquer profissional com nível superior.

Fonte: O globo

domingo, 13 de novembro de 2011

Parabéns, Cabo Frio, terra amada!

Letra do Hino de Cabo Frio do grande mestre Victorino Carriço.

Governo dará R$ 500 a mais para 1.613 profissionais da rede estadual de ensino

Valores serão depositados em janeiro de 2012. Confira vencimentos por classe

A Secretaria Estadual de Educação vai conceder reajuste de R$ 500 sobre a Gratificação de Encargos Especiais (GEEs) para os 1.613 diretores-adjuntos das unidades de ensino, a partir de 1º de dezembro. Os novos valores serão depositados em 3 de janeiro. A informação foi divulgada com exclusividade pela pasta à Coluna. O aumento será aplicado em todas as escolas da rede estadual, classificadas A, B, C, D ou E, dependendo do número de alunos e turnos.

De acordo com essa nova disposição, as gratificações vão ficar divididas da seguinte forma: para profissionais das unidades A, os vencimentos iniciais vão subir de R$751,76 para R$1.251,76; nas unidades B, de R$ 592,06 para R$ 1.092,06; e nas escolas C, a gratificação passou de R$ 547,24 para R$ 1.047,24.

POR ALESSANDRA HORTO

As unidades D não contavam com diretores-adjuntos. Mas, após resolução, essas escolas passaram a ter direito a um profissional com esse cargo. A superintendente de Gestão de Pessoas da pasta, Patrícia Reis, explicou que o acréscimo proposto foi superior aos demais para compensar a falta da gratificação e equiparar os valores. O valor, neste caso, será de R$ 950. Escolas E não têm diretor-adjunto.

Criticado pelo sindicato de profissionais da Educação, o secretário Wilson Risolia se defende reforçando o compromisso de melhorar o setor: “Vamos valorizar o professor e todos os profissionais da Educação cada vez mais”.

Reajustes concedidos em abril

A secretaria lembrou que, em abril deste ano, reajustou as gratificações de encargos especiais (GEEs) dos diretores escolares e diretores das regionais (administrativas e pedagógicas).

Também foram contemplados os cargos de coordenação das diretorias regionais. As modificações foram divulgadas em decreto do governador Sérgio Cabral, publicado no Diário Oficial, em 14 de abril.

Com as alterações, o cargo de diretor regional tipo A, ocupado por docentes I 40 horas — a soma do vencimento-base com a nova gratificação — resultou em uma remuneração no valor de R$ 5.989,24. Para o diretor de unidade escolar, o patamar mais alto é pago às funções ocupadas por professores docentes I — 40 horas das escolas de tipo A: R$ 5.378,56. Antes, os vencimentos desses profissionais eram de R$ 4.489,24 e R$4.378,56, respectivamente.

Para direções de unidades, aumento das gratificações chegou a R$ 1 mil (classificações A e B) ou R$ 700 (classificações C, D e E).

Replicado de Visão la Flora

sábado, 12 de novembro de 2011

Comissão debaterá Ensino Religioso com ministro do STF

Representantes do Conselho Nacional de Educação (CNE) reunem-se, no próximo dia 22, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Brito para discutir um tema polêmico: o Ensino Religioso. A oferta de aulas sobre o tema nas escolas públicas do país é obrigatória de acordo com as leis brasileiras. Na teoria, o conteúdo não pode professar dogmas de nenhuma religião e deve ser dado por professores das redes.

Na prática, as escolas não seguem as regras definidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Não há orientações claras sobre como o tema deve ser tratado, tampouco professores preparados para ensiná-lo. Quando a escola oferece Ensino Religioso, termina por fazer catequese de alguma religião – de modo geral as cristãs. Por conta dessas indefinições, os conselheiros criaram uma comissão que vai elaborar orientações nacionais sobre o assunto.

Depois de reuniões com estudiosos – nenhum representante de religiões foi convidado a participar das discussões para que não ficassem tendenciosas –, os conselheiros decidiram ir além. Vão expor ao ministro Ayres Brito suas preocupações com um acordo estabelecido em 2009 entre o governo brasileiro e o Vaticano, no qual o Brasil concorda que o ensino religioso deve ser dado por representantes da Igreja Católica ou de outras religiões.

O ministro será responsável por analisar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela Procuradoria Geral da União contra esse acordo no ano passado. A ação defende que o STF suspenda a “eficácia de qualquer interpretação que autorize a prática do ensino religioso das escolas públicas que não se paute pelo modelo não-confessional” e não permita que representantes de qualquer religião sejam responsáveis por esse conteúdo nas escolas.

César Callegari, presidente da comissão que discute o tema concorda com a PGR. “Estamos preocupados com os problemas que o acordo pode trazer. Devemos fazer de tudo para que a laicidade do Estado seja protegida”, afirma o conselheiro. Para ele, o acordo deve ser revisto. “Não se pode aceitar proselitismo no ensino religioso e esse conteúdo só pode ser dado por professores capacitados”, defende.

Segundo o conselheiro, o primeiro documento do CNE com orientações gerais sobre o tema está quase pronto. O texto, porém, só deve ser apresentado à sociedade, em audiência pública a ser marcada no início do ano que vem. Ele acredita que a sociedade ainda não resolveu um conflito que deveria ser a preocupação anterior a essa discussão sobre quem deve se responsabilizar pela educação religiosa das crianças: se a Igreja, as famílias ou as escolas.

No Rio de Janeiro, onde lei municipal aprovada recentemente definiu a oferta da disciplina a partir de 2012, quem não quiser assistir às aulas de ensino religioso – que deverá contemplar as doutrinas católica, evangélica/protestante, afrobrasileiras, espírita, orientais, judaica e islâmica – será matriculado na disciplina Educação para Valores. Inicialmente, a medida valerá apenas para as escolas de turno integral.

Para Antonio Costa Neto, pesquisador do tema na rede pública do Distrito Federal, o mais importante é garantir que as minorias sejam atendidas nessas normas. Antonio diz que a diversidade religiosa afrobrasileira não é contemplada nas aulas, nem na formação dos professores, o que prejudica as ações para combate ao preconceito racial. Durante o mestrado, ele fez um levantamento nas escolas do DF e identificou que, assim como no resto do país, a abordagem do assunto ainda é confessional

Desenvolvimento?

O Brasil avançou uma posição, em relação a 2010, no ranking do ‘Índice de Desenvolvimento Humano’. É o 84º entre 187 países. O avanço lento resulta da falta de investimento na educação e saúde. Os valores variáveis, medidos pelo indicador da ONU, são a expectativa de vida, anos médios de estudo e renda nacional bruta.

Enquanto a renda nacional per capita teve crescimento de 32 %, de 2000 a 2011, na educação os anos médios de estudo dos cidadãos, acima de 25 anos, teve um crescimento de 28,6 %, no mesmo período. A expectativa de vida escolar caiu de 14,5 para 13,8 anos. Na saúde, a possibilidade de vida ao nascer passou de 70,1, em 2000, para 73,5, em 2011. O progresso na educação e na saúde foram menores do que os avanços na renda, razão de uma desigualdade social que nosso país não consegue superar.

Alunos não têm as ferramentas básicas para prosseguirem nos estudos. Falhas na alfabetização são gritantes. Mais de 40 % dos alfabetizados não sabem ler e escrever. Boa parte sai da escola antes de terminar o Ensino Fundamental. Desperdiçamos a força jovem sem ver o custo econômico, sem permitir terem renda e que sejam trabalhadores capacitados.

Não temos o que comemorar. Os contrastes no país são assustadores. As elites econômica e política urbanizaram-se, mas não se civilizaram. Apesar do exercício democrático, muitos brasileiros estão longe de uma vida digna. Nossa República e cidadania deixam a desejar. Os dirigentes se esquecem que desenvolvimento não é um processo somente econômico, mas um processo econômico-cultural que só será alcançado quando a educação deixar de estar à retaguarda do crescimento. Urge a criação de uma cultura que não seja o privilégio de alguns, mas a possibilidade de gerar justiça e igualdade.

Carlos Alberto Rabaça é sociólogo e professor