Na Luta pela Escola Pública

Este blog pretende criar um espaço para informações e discussões sobre Escola Pública na Região dos Lagos, com destaque para o município de Cabo Frio.

O nome “Pó de Giz” é tomado, por empréstimo, do antigo time de futebol dos professores do Colégio Municipal Rui Barbosa. Um colégio reconhecido por sua luta pela educação pública de qualidade. Um lugar onde fervilha a discussão educacional, política e social. Colégio que contribui de maneira significativa na formação de seus alunos, lugar onde se trabalha com o sentido do coletivo.

O " Pó de Giz" é uma singela homenagem a essa escola que tem um "pequeno" espaço educacional, mas corajoso e enorme lugar de formação cidadã.


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Estão acabando com o magistério


A mais nobre das profissões no rol das gloriosas ocupações que integram o universo da Educação está a um passo de entrar em colapso. O magistério nunca esteve tão desmotivado e nem nunca foi tão vilipendiado como tem sido na 6ª maior economia do planeta.
Não que o drama da classe seja novidade. Professor é desrespeitado desde sempre. Mas esqueçamos as barbaridades cometidas contra o magistério no passado para nos concentrar em apenas um dos problemas centrais da categoria no Brasil de hoje: os baixos salários dos professores.
Foto: Galeria de JD Hancock/Flickr
O novo piso do magistério, anunciado no mês passado pelo MEC (Ministério da Educação), recomenda aos estados e municípios pagar um salário mensal de 1.451 reais aos professores por um regime de 40 horas semanais de trabalho. Note-se que este valor é apenas uma recomendação. Não uma exigência.
Mesmo sendo baixo para uma categoria desta importância, o piso proposto é inatingível à grande maioria das 5,5 mil prefeituras brasileiras.
Levantamento divulgado em março no Paraná, estado onde o cenário de crise da Educação é menor, revelou um dado assustador: 51% dos 399 municípios do Estado já concederam reajustes salariais ao magistério em 2012.
Mesmo assim, não atingiram o valor. E o quadro deve piorar em 2013. Primeiro, devido à insuficiência das receitas das prefeituras. Depois, em função do efeito cascata que a correção do piso acarreta sobre as folhas de pagamento dos governos municipais devido à necessidade de repasse do valor aos professores aposentados e a todos os beneficiados pelos Planos de Cargos e Salários do Magistério – fato que, aliás, deve obrigá-los a superar o limite dos 52% de comprometimento de sua receita corrente líquida com pessoal, fixados pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Em estados mais pobres, o quadro é ainda pior. Seus governadores podem pedir ajuda à União para complementar os valores que as prefeituras pagam até atingir o piso. Mas apenas 1.756 municípios de nove estados do Norte e Nordeste (AL, AM, BA, CE, MA, PA, PB, PE e PI) que recebem recursos do governo por meio do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Magistério) têm este direito garantido. Os demais penam em tirar da cartola soluções financeiras mágicas para honrar as exigências previstas na Lei do Piso.
Esta é uma das razões pelas quais, como denunciam os prefeitos, um dos pilares do problema é a insuficiência dos recursos para o financiamento da Educação. De acordo com o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, de cada 1 real arrecadado em impostos pelo Brasil, 57 centavos ficam com a União e apenas 18 centavos, com os municípios.
Isto não significa que os municípios não tenham culpa pelos baixos vencimentos pagos aos professores, mas que a política salarial do magistério não pode ser tratada apenas como uma questão econômica e de responsabilidade apenas das prefeituras. Há um componente fortemente político na solução dos baixos salários dos professores, que passa por uma ampla reforma tributária – seguida de uma distribuição mais justa de receitas entre os Entes Federados – para garantir o custeio dos aumentos de vencimentos que os professores merecem.
Mas o caos do magistério é extremamente grave por outra razão – e é neste aspecto que reside o eixo deste artigo. É que a consequeência direta do descaso imposto ao magistério é o desinteresse dos jovens pela carreira e a fuga dos profissionais que já atuam na área para outras atividades, mais rentáveis e menos desgastantes.
Os dados justificam esta preocupação. Estudo encomendado pela Fundação Victor Civita à Fundação Carlos Chagas revelou que somente 2% dos estudantes do ensino médio têm como primeira opção no vestibular cursos ligados ao magistério.
E isto não é tudo.
De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), entre 2001 e 2006, o número de cursos de licenciatura cresceu 65%; o de matrículas, apenas 39%. As conseqüências do problema são palpáveis: ainda segundo o Inep, considerando-se apenas o Ensino Médio e as séries finais do Ensino Fundamental, o déficit de professores com formação adequada passa dos 710 mil no Brasil todo.
Como se percebe, a degradação das condições de vida do magistério é muito mais que a degeneração de uma categoria profissional. É sinal da grave crise enfrentada pela instituição Educação.
E não se diga que a culpa pelo problema é apenas dos governantes e legisladores que prometem – e nunca cumprem – posicionar a Educação como sua prioridade. A imprensa, o setor privado e a sociedade adotam rigorosamente a mesma atitude.
A mídia porque, ao invés de promover um debate sério e profundo sobre a Educação, prefere concentrar seu poder de fogo na divulgação sistemática da mediocridade e da cretinice, classificadas de notícias. “Notícias” que agradam ao andar de baixo mas que, acima de tudo, rendem mais reais porque possuem perfil marcado por apelo supostamente popular – futebol, sexo, escândalos, criminalidade e as costumeiras idiotices envolvendo celebridades midiáticas.
O setor privado porque, embora se defina como de vanguarda no ensino, guardadas as exceções de sempre, paga aos seus professores menos que a grande maioria dos profissionais com formação universitária e lhes oferece condições de trabalho nem sempre dignas.  Com a diferença de que, pela pressão da lógica capitalista, cobra deles muito mais resultados que no setor público.
A sociedade também é responsável pelo problema. Ao invés de enfrentar este cenário com a seriedade que o tema merece, intensificando as cobranças tanto dos agentes públicos quanto dos privados, prefere desestimular seus filhos a seguir a profissão, rendendo-se à lógica pragmática do capital. Ou apenas se omitir do processo, quando entrega às escolas o ingrato papel (que é seu) de educar os próprios filhos.
O Brasil, que sonha em ser alçado ao seleto rol dos países desenvolvidos, está acabando com a carreira do magistério. Por analogia, está comprometendo seriamente a Educação e, o que é pior, o futuro que estamos reservando aos nossos descendentes. Triste que seja assim.

*Aurélio Munhoz é jornalista, sociólogo, consultor em Comunicação e presidente da ONG Pense Bicho. Pós-graduado em Sociologia Política e em Gestão da Comunicação, foi repórter, editor e colunista na imprensa do Paraná.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Professores impõem suas crenças em escolas que deveriam ser laicas



por Lenne Ferreira para revista Aurora do Diário de Pernambuco

“Isso não é de Deus, menino”, adverte a educadora de uma escola estadual que tenta acalmar o adolescente indisciplinado. Edilene Ramos, 55, professora de língua portuguesa e pastora evangélica usa o conhecimento bíblico para lidar com “alunos mais rebeldes”. Em outra escola, da rede municipal de Recife, durante alguns anos a prece realizada pelos estudantes antes do início das aulas trazia o trecho: “Pai de infinita bondade, que os espíritos de luz protejam a nossa família…”. O teor da oração foi elaborado pela vice-gestora da escola, Leonora Maciel, uma espírita declarada.

Situações como essas são comuns em escolas públicas e colocam em xeque a laicidade do Estado, que foi estabelecida com a primeira Constituição Republicana Brasileira, em 1891. Seja por meio de símbolos expostos ou pelas atividades pedagógicas complementares, o discurso, que deveria ser neutro, parece ofuscado pelas ações de quem atua no ambiente escolar. Ao deixar transparecer suas crenças e valores religiosos, as escolas desconsideram o pluralismo religioso. E as rusgas na relação entre pais, professores e estudantes se tornam constantes.

Leonora trabalha com educação desde 1998. Conhece bem os embates religiosos entre os muros da escola. Hoje atua como vice-gestora da escola municipal Pastor Munguba, que fica no Jordão Baixo, Zona Sul do Recife. A escola realiza o ritual diário da prece. Até o final do ano passado, o Pai Nosso e a oração do Santo Anjo do Senhor, além da prece espírita criada por ela, na intenção de que todos se sentissem contemplados, eram professados antes do sinal tocar. “Ninguém é obrigado a fazer a oração e aconselho aos que não quiserem que permaneçam em silêncio”, conta. Mas recentemente os alunos se manifestaram contra essa atitude dela e pediram que apenas o Pai Nosso fizesse parte do rito.

Na escola estadual Professora Olindina Alves Semente, no Barro, região Oeste do Recife, os alunos dos 1º e 2º graus convivem com a imagem de Nossa Senhora de Lourdes há mais de 20 anos. Dentro de uma gruta de pedra que fica em um dos pátios da instituição, a santa foi instalada em homenagem a uma ex-diretora da escola que era devota. Alguns pais, normalmente os evangélicos, já reclamaram dessa presença católica, mas a gruta permanece intacta ao longo de duas décadas.

Ao mesmo tempo em que prega a neutralidade, o Estado não anulou certas representações devotas. Para a antropóloga Maria Edi da Silva, também não encontrou maneiras de lidar com a diversidade no ambiente escolar. O tema foi objeto de estudo de sua dissertação de mestrado Diversidade Religiosa na escola pública: um olhar a partir das manifestações populares dos ciclos festivos. O carnaval, as festas juninas e o ciclo natalino de três escolas localizadas no bairro do Jordão serviram de campo para a observação. “Verificamos privilégios da presença de símbolos religiosos em detrimento de outros, os católicos em detrimento dos afro-brasileiros, por exemplo”.

Para Maria Edi, professores e gestores impõem suas crenças de forma naturalizada sem levar em consideração que um “cidadão virtuoso” não é prerrogativa apenas da religião católica ou outras mais aceitas na cultura brasileira. “É preciso um olhar atento aos aspectos educativos familiares, nos quais a orientação religiosa se inclui. Se a família segue uma determinada orientação é necessário que a escola pública respeite e garanta aos indivíduos o direito de professarem seus credos”, afirma.

Professora de Língua Portuguesa da rede estadual de ensino há 21 anos, Edilene Ramos, 55, é pastora evangélica e trabalha na Escola Professora Olindina Alves Semente. Por causa de problemas nas cordas vocais, está afastada da sala de aula e desempenha funções diversas na instituição. Conta que costuma lidar com crianças e adolescentes indisciplinados com base nos preceitos bíblicos, mas diz que não faz pregação. “Tenho cuidado para não ferir as crenças de ninguém. A intenção é conscientizar sobre respeito e amor ao próximo”, assegura.

A ausência de limites entre a fé dos educadores e a sala de aula também pode acarretar em situações de intolerância e discriminação. No início do ano, em São Bernado, na grande São Paulo, o pai de um aluno denunciou à Justiça a escola onde o filho estudava. O adolescente de 15 anos sofria bullying por recusar-se a participar da pregação evangélica da professora de história.Praticante do candomblé, o garoto começou a ser perseguido pelos colegas. A professora alegou que a pregação fazia parte de sua metodologia de ensino.

“A lei é clara ao proibir quaisquer forma de proselitismo nas escolas públicas. Os professores e diretores não podem submeter os alunos a práticas religiosas ou pregação. Fazê-lo configura uma agressão à laicidade do Estado”, defende o doutor em Antropologia Social e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Emerson Giumbelli. Pesquisador do tema e colaborador do Instituto de Estudos da Religião (ISER), pondera sobre a necessidade de se criar oportunidades igualitárias para as diversas matrizes religiosas.

“Em razão da história nacional, os emblemas cristãos são privilegiados. Muitos professores consideram que, sendo a maioria da população cristã, é legítimo privilegiá-la. No entanto, é preciso dar igual espaço a todas as religiões, além de possibilitar a expressão de ateus e agnósticos”.

A gerente de Políticas Educacionais de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Secretaria de Educação do Estado, Shirley Malta, afirma que a conscientização dos profissionais que atuam na rede de ensino acontece de maneira gradual. “A religião católica é predominante em nossa cultura desde a chegada dos portugueses. O reconhecimento das demais, assim como a postura laica, que deve ser implantada nas escolas, faz parte de um processo maior de conscientização e mudança cultural. Essa é uma questão que não pode ser tratada por decretos nem por força da intolerância”.

O destaque de algumas religiões em detrimento de outras traz como consequência a invisibilidade e até o afastamento de muitos estuantes. Os evangélicos, no entanto, aparecem no grupo que mais grita por reconhecimento.
 
Vitória Lohanna Santos, 11, cursa a 4ª série da Escola Municipal Antônio Correia, no Barro, e é seguidora da Assembleia de Deus. Há dois anos matriculada na instituição, ela nunca participou das festividades promovidas pela escola. “Em dia de ensaio ou de festa ela volta para casa ou até falta”,comenta a mãe, Fernanda Santos, 33. Adriely Ketully, 9, estudante da Escola Municipal do Jordão, região Sul do Recife, é outra que nunca comungou das atividades culturais promovidas pela instituição. “A menina evangélica não pode participar das festas juninas e do carnaval. E a escola não pode obrigar”, argumenta a mãe, Adriana Pereira, 29. 

Um levantamento feito pela pesquisadora Maria Edi, que também atua como vice-gestora da escola em que Adriely estuda, mostrou que cerca de 62% dos alunos da instituição são evangélicos e não frequentam as atividades culturais promovidas durante as festividades católicas.

A partir desses dados, a antropóloga e gestora mostra a necessidade do Estado observar a pluralidade religiosa no âmbito escolar. Assim, evitaria a invisibilidade de estudantes que não estão representados nas práticas pedagógicas com viés cultural. 

“A Secretaria de Educação do Estado e, mais notadamente a da Prefeitura do Recife, pregam uma política multicultural com base na garantia de direitos e respeito à diversidade. Mas como implementar uma política compartimentada, que não inclui os diferentes e trata todos como iguais?”, questiona Maria Edi.


Jornal Extra: Substituição de 513 diretores na rede estadual desagrada sindicato

Matéria do jornal Extra (24/07/2012):



Escola pública tradicional de Nova Iguaçu, o Instituto de Educação Rangel Pestana está no centro de uma controvérsia que se arrasta desde a exoneração de sua diretora, em junho. O caso representa uma divergência ainda maior que está colocando de um lado a Secretaria estadual de Educação e do outro o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe).

Desde 2011 até a semana passada, 513 diretores já foram afastados pela secretaria. Ao todo, são 259 diretores gerais e 254 diretores adjuntos. Outros 382 diretores saíram no mesmo período por vontade própria ou porque se aposentaram. Assim, as exonerações da secretaria representam 57% das substituições de diretores.

— Eles foram substituídos por não estarem alinhados às políticas e às prioridades da Secretaria de Educação — explica Luiz Carlos Becker, subsecretário de Gestão de Pessoas.

As mudanças desagradam representantes do sindicato. Em Nova Iguaçu, após o afastamento da diretora Luisa Leopoldina da Silva, professores e alunos fizeram uma eleição e escolheram um professor da escola para ser o novo diretor. Mas a secretaria elegeu outro servidor interinamente para o cargo.

— Bancamos uma eleição e a secretaria veio com truculência para cima de alunos e professores — diz uma professora do colégio que prefere não se identificar.

Segundo Luiz Carlos Becker, o interino será substituído, em breve, por um diretor concursado. Um decreto do secretário de Educação, Wilson Risolia, do ano passado, implementou a nomeação de diretores de escolas estaduais por meio de seleção interna. Os novos gestores são escolhidos num processo que inclui análise curricular,prova, entrevista e treinamento.

— Antes não existia critério para a escolha. Algumas escolas faziam eleições internas e outras recebiam indicações de diversas origens — diz Luiz Carlos Becker.

A secretaria informou que a exoneração de Luisa Leopoldina da Silva se deu porque ela deixou de repassar dados sobre sua unidade para o Censo Escolar. Além disso, o colégio estaria necessitando de obras que não vinham sendo feitas, apesar de a unidade contar com R$ 200 mil em caixa.

— Eu fui dispensada da função sob a alegação de que não fechei o Censo. Tenho o recibo de que enviei os dados no dia 27 de setembro do ano passado. A escola tem coisas a serem feitas, mas há obras que não são possíveis de se fazer com os alunos circulando. Tudo seria feito, como sempre, no recesso. É triste ter tanto tempo na rede estadual e, agora, ver meu nome enlameado dessa maneira — defende-se Luisa.

terça-feira, 24 de julho de 2012



SEEDUC interdita Instituto de Educação de Nova Iguaçu com auxílio de força policial



A Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC) interditou hoje (17/07) o Instituto de Educação Rangel Pestana de Nova Iguaçu. A PM foi convocada pela SEEDUC e não deixa nenhum profissional ou aluno entrar desde cedo. O instituto sofre interdição da Secretaria desde maio, quando a diretora foi afastada, contra a vontade da comunidade escolar. Na sexta, dia 13, a comunidade escolar realizou uma eleição para eleger uma nova diretoria – apesar de a SEEDUC não reconhecer o pleito e tentar impor um interventor.

A chapa encabeçada pelo professor Altair foi eleita e o resultado já foi protocolado na Metropolitana 1, como manda a lei. Professores, funcionários administrativos, pais e responsáveis devem realizar uma manifestação hoje, exigindo a reabertura da escola e o reconhecimento da eleição pelo governo.

O instituto é um dos mais tradicionais da rede estadual, tendo cerca de 3 mil alunos. A unidade foi uma das primeiras do país a eleger sua diretoria diretamente pela comunidade – a ironia é que este ato democrático vem sendo impedido pelo atual secretário de Estado, Wilson Risolia.

Os alunos também denunciaram no Ministério Público a postura do superintendente da rede, Paulo Fortunato, que xingou estudantes em uma reunião na escola, na sexta-feira.

O Sepe Nova Iguaçu está acompanhando a situação, apoiando, de modo irrestrito, a comunidade escolar.


sábado, 21 de julho de 2012

Vejam o que é a Educação para o Governo Sérgio do Mal:


Acesso ao Ensino Médio regular da rede pública estadual do RJ.

Nas escolas da rede estadual do RJ : Nata , Nave , Erich Heine , Almirante Ernani , Dom Pedro II e Miécimo da Silva ao contrário das demais escolas da rede estadual, p/ ingresso é necessário que o candidato ( aluno do 9º Ano ) se classifique nas avaliações de Português , Matemática e de Redação, ou seja é exigido ( e, com razão ) que o mesmo esteja apto ou seja , prove ter os pré-requisitos para a continuidade dos estudos nessas unidades. No entanto nas demais escolas a grande maioria dos alunos recebidos são de analfabetos funcionais e não conhecem ou não aprenderam os principais tópicos da Matemática do ensino fundamental , como : as quatro operações , números relativos , operações com frações , razão / proporção , potenciação, etc..., fundamentos esses necessários como ferramentas para os estudos de Física ,Química e demais segmentos da Matemática do ensino médio. Por tudo que foi exposto é necessário que haja seleção para ingresso no ensino médio regular da rede estadual. Não vale o falso argumento de que haveria exclusão,pois na vida profissional os não aptos serão excluidos e, a escola é responsável pela formação de cidadãos plenos, criticos e com argumentação.

Há de se observar que pelo menos duas destas escolas - NATA E NAVE - tem parceria com a iniciativa privada onde seus patrocinadores mandam no ensino público! São excelentes escolas, mas o que esta em jogo é a autonomia da Escola Pública, sem que para se garantir a autonomia tenha que se descartar a qualidade, lógico.

prof. Omar Costa

quarta-feira, 18 de julho de 2012

DIA 19: ATO PÚBLICO NA UERJ


Nossa greve tem sido duramente atacada por uma reitoria que se coloca como anteparo do governo Cabral e não mede esforços em criminalizar e tentar inibir de várias formas nosso movimento. Assim, facilita Cabral em não responder às reivindicações da greve. A reitoria também não abre negociações à pauta interna (o que ela poderia responder). Além disso, a mesma juíza que deu liminar à Uerj também permitiu a invasão do IASERJ.

Ressalto que além da ação de interdito proibitório, em anexo, a reitoria entrou com uma nova ação exigindo a ilegalidade e abusividade da greve. Ganhou a liminar e assim se exige altos percentuais de funcionamento para que a greve não seja tratada como ilegal. Esse será mais um balão de ensaio do governo Cabral.

Além de moções de apoio à greve e repúdio à postura antidemocrática da reitoria, convidamos os companheiros/as para participarem do Ato público na porta do HUPE (13h, nesta quinta, dia 20) e na assembleia comunitária neste mesmo dia na UERJ (às 15horas).
Queremos fazer uma assembleia/ato público de apoio à greve e total repúdio à reitoria da Uerj. Estamos convidando parlamentares, candidatos pelos partidos de esquerda, lideranças sindicais, populares, estudantis, de movimentos contra opressão, etc.
Nosso entendimento é que esse duro ataque faz parte de um plano maior dos governos para derrotarem a luta dos trabalhadores, pois só assim alcançam melhor condição para aplicarem seus planos de austeridade para salvar o Capital da crise econômica.

DIA 19/7/12 QUINTA-FEIRA
É DIA DE LUTA CONTRA A REPRESSÃO E CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS.
ÀS 13H - ATO PÚBLICO NA PORTA DO HUPE EM DEFESA DA SAÚDE PÚBLICA
ÀS 15 H - ATO/ASSEMBLEIA NA UERJ CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DO MOVIMENTO

terça-feira, 17 de julho de 2012

II Congresso Internacional de Sexualidade e Educação Sexual “Pesquisa, formação, intervenção e direitos”


II Congresso Internacional de Sexualidade e Educação Sexual 
“Pesquisa, formação, intervenção e direitos”
A Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Araraquara, irá sediar o II Congresso Internacional de Sexualidade e Educação Sexual - Pesquisa, formação, intervenção e direitos, entre os dias 15 e 18 de novembro de 2012. O objetivo é abordar a relevância da educação sexual como necessidade interventiva na escola, decorrente de uma formação tanto curricular quanto continuada, baseada na interdisciplinaridade, no questionamento, na cidadania e no direito. O programa do congresso inclui conferências plenárias, mesas redondas, sessões paralelas de comunicação oral e exposição de painéis, resultantes de projetos de investigação e de intervenção.

A tragédia da educação do governo Cabral continua



 
Manchete do jornal O Globo; abaixo o secretário estadual de Educação, Wilson Risolia e sua antecessora no cargo Teresa Porto: os dois carrascos da educação do estado do Rio de Janeiro
 Comentário: Pior do que ser o 2º estado que mais reprova no ensino médio é ser o penúltimo em educação no Brasil (na frente apenas do Piauí). Pior do que ser o 2º que mais reprova é ser o que mais aprova sem que os alunos tenham aprendido matemática, ou tenham um nível fraco de leitura e interpretação. Pior do que ser o 2º que mais reprova é o terrorismo feito nas escola estaduais para que se aprove os alunos a "todo custo" para que o governo não passe vergonha e atestado de incompetência nos índices nacionais! Muito pior mesmo!!!

A secretaria de Educação de Cabral virou um grande balcão de negócios com a compra superfaturada de lap tops, o aluguel de computadores e aparelhos de ar condicionado, tudo comandado pelo fazendeiro Jorge Picciani que emplacou a empresa INVESTIPLAN, que pertence a um sócio seu em investimentos com gado. Isso sem contar a contratação de mão de obra do Grupo Facility, do Rei Arthur e muitos outros negócios. O primeiro secretário de Educação do governo Cabral, o professor Nelson Maculan, que foi reitor da UFRJ. Deixou o cargo porque não aceitou os negócios impostos pelo fazendeiro Picciani. O professor Maculan defendia investimentos nos professores. No seu lugar entrou a técnica de informática Teresa Porto, que não entendia nada de educação, mas aceitou transformar a secretaria de Educação no balcão de negócios. O resultado foi desastroso. Na gestão de Teresa Porto o ensino médio do estado do Rio de Janeiro caiu para o penúltimo lugar, só à frente do estado do Piauí. Cabral decidiu então mudar. Colocou o economista especialista em mercado imobiliário e gestão de grandes fortunas para cuidar da educação. Segundo Cabral, o secretário Risolia faria uma gestão profissional. Está aí o novo resultado desastroso. O Rio é o segundo estado do Brasil em matéria de reprovação. Mas pasmem, Wilson Risolia mandou dizer através de sua assessoria ao RJ TV, que admite que o resultado não é bom, mas que houve ligeira melhora. Que melhora Risolia? O resultado não é bom? O resultado é uma tragédia para o nosso estado. Mas os negócios seguem a todo o vapor, que é o que interessa para Cabral e para o fazendeiro Jorge Picciani, o “rei do gado”. 
Garotinho


Rio tem segunda maior taxa de reprovação do país

A taxa de reprovação no ensino médio brasileiro voltou a subir no ano passado e bateu recorde, atingindo 13,1% na média nacional. Trata-se do mais alto índice já registrado pelo menos desde 1999, primeiro ano disponível para consulta, na internet, no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação. Em situação bem pior do que a média do país, o Rio teve uma ligeira melhora, mas manteve a posição de segundo estado com maior taxa de reprovados do ensino médio em 2011: 18,5%. Em 2010, a taxa fluminense era de 18,9%.
Os mais recentes indicadores de reprovação foram divulgados na segunda-feira pelo Inep, sem alarde. Eles levam em conta o desempenho de estudantes da rede pública e privada. Conforme dados já divulgados pelo Inep, a taxa mais alta de reprovação no país era a de 2007, quando 13% dos alunos de ensino médio não passaram de ano. Nos últimos anos, essa taxa tem oscilado para cima e para baixo. Em 2010, ficou em 12,5%.

No Brasil, 9,6% abandonam ensino médio
Se forem consideradas apenas as escolas públicas, o quadro é ainda mais grave. No Rio, por exemplo, o índice de reprovação em estabelecimentos públicos alcançou 20,1%. No Brasil, não é diferente. A taxa global de reprovação, incluindo colégios públicos e privados, foi de 13,1% em 2011. Já o índice da rede pública, que era de 13,4% em 2010, subiu para 14,1% no ano seguinte. A reprovação nas escolas particulares brasileiras ficou na casa de um dígito no ano passado: 6,1%. Menor do que a observada na rede privada do Rio, onde o índice foi de 9,9%.

O único estado com taxa de reprovação maior do que a fluminense foi o Rio Grande do Sul, com 20,7%. No extremo oposto, o Amazonas aparece com 6%, a mais baixa do país. A taxa de reprovação aponta o percentual de estudantes que, no fim do ano letivo, não obtém nota suficiente para passar de ano. Existe ainda um outro grupo de alunos que também figura nas estatísticas de matrícula, mas não consegue avançar: são os jovens que abandonam a escola. Em 2011, no país, 9,6% largaram os estudos. Em 2010, essa taxa tinha sido maior: 10,3%.

A soma de reprovação e abandono gera um número assombrador, isto é, a quantidade de alunos que aparecem nas estatísticas de matrículas, mas não conseguem avançar. Em 2011, nada menos do que 22,7% dos jovens do ensino médio ficaram nessa situação. Dito de outra forma, a taxa de aprovação, portanto, foi de 77,3% no ensino médio, em 2011.

No Rio, a taxa de aprovação no ensino médio foi menor: 71,4%. Dentre os estudantes fluminenses, 10,1% abandonaram a escola e 18,5% foram reprovados, totalizando 28,6%. No ranking nacional, o estado aparece em 23º lugar em aprovação, na frente apenas de Rio Grande do Sul, Pará, Mato Grosso e Alagoas. O melhor desempenho foi de Santa Catarina, com 84,5%.

Passando por um momento de reestruturação, a rede estadual do Rio, que concentra a maior parte das matrículas de ensino médio, tenta lutar contra os fantasmas da repetência e do abandono. Aluno do Colégio Estadual Olavo Bilac, em São Cristóvão, Jemerson Valente, de 20 anos, conta que desde os 14 teve que conciliar a rotina de estudos com a de trabalho, numa padaria perto de casa. Ele repetiu a 1ª série do ensino médio nada menos do que cinco vezes. Mas este ano se prepara para se formar, através de um projeto de aceleração de estudos, parceria da Secretaria de Educação com a Fundação Roberto Marinho.
— Meu sonho é cursar gastronomia — afirma ele.

Também aluna do Olavo Bilac, Érica Lino, de 18 anos, passou por várias repetências no ensino fundamental, mas também encontrou no processo de aceleração escolar um caminho.
— Quero ser modelo, mas sei que preciso completar o ensino médio — diz a jovem, com altura e peso dignos de passarela.

No ensino fundamental, ocorreu movimento inverso ao do ensino médio. A taxa de reprovação no Brasil caiu de 10,3% para 9,6%, entre 2010 e 2011. O índice de abandono também diminuiu de 3,1% para 2,8%, no mesmo período. No Rio, o índice de reprovados teve diminuição de 15% para 13,1%, entre 2010 e 2011.

Com isso, o Rio passou a ser o nono estado com taxa mais alta de reprovação no fundamental. Em 2010, tinha o quinto maior índice do país. Sergipe tem a maior taxa, com 19,5% de reprovação no ano passado. Já Mato Grosso, a menor, com 3,6%. A taxa de abandono no Rio caiu de 2,6% para 2,1%.

Notícia replicada do Blog do Prof. Doc

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Bônus para professor é erro pedagógico e incentiva fraude

Professores de Sorocaba não são os únicos que escolhem o caminho mais rápido para receber três salários

Há um ano, esta coluna já havia apontado erros pedagógicos do sistema de bônus para professores da rede pública do Estado de São Paulo, como o fato de que a ação é incapaz de atrair os melhores profissionais para a carreira. Agora, após denúncia apresentada pelo iG de suspeita de fraude no Saresp em escola de Sorocaba, no interior de SP, fica também claro que o bônus causa outras externalidades (consequências que podem gerar políticas alheias a seus objetivos) extremamente “não educativas”.

Denúncia: Pais e estudantes acusam escola mais bem avaliada de SP de fraude
Investigação: MP vai investigar denúncia de fraude em escola nº 1
Análise: Desempenho nota 10 para 100% da turma é raro, dizem especialistas
Fiscal não fiscalizou: “Não tenho como saber se houve fraude”
Desempenho: Alunos de escola nº1 de SP não obtêm nota 10 em 2012

Concedendo prêmios que podem chegar a três vezes o salário mensal de um profissional da educação é obvio que alguns profissionais – se não a maioria – vão preferir o caminho mais rápido, simples e direto para receber esses três milagrosos salários de recompensa. No caso de Sorocaba, esta recompensa seria pelo risco de ser pego cometendo uma irregularidade, ainda que ele seja pequeno e encarado também por professores em inúmeros outros colégios. A descoberta da suposta fraude peloiG se deu muito mais pelo tamanho da sede do professor ou professores envolvidos na fraude do que pela desconfiança da sociedade em relação ao sistema.

Para uma equipe dedicada somente à educação como a do iG fica óbvio que uma escola na periferia de Sorocaba, com alunos carentes, que dobra seu resultado na avaliação rapidamente, não registra nenhuma falta no dia da prova e tem alunos que acertam todas as questões de matemática escondia algo. Quem trabalha com educação sabe que não existem milagres. Não há implantação na área. O que pode haver é desenvolvimento. Todas as provas de avaliação baseadas em notas absolutas demonstram muito mais a história socioeconômica do grupo avaliado do que a qualidade do processo educativo.

No mundo moderno e na administração pública moderna deve haver planejamento para atingir melhor resultados com os recursos disponíveis, que são sempre finitos. Os processos devem ser planejados considerando as fraquezas humanas e com todo o cuidado para não estar expostos a elas. Quem precisa ser virtuoso são as instituições e os processos, pois não podemos esperar que todas as pessoas sejam, principalmente quando o governo aplica incentivos monetários para profissionais extremamente mal pagos e que se sentem injustiçados pelo bônus. Instituições e processos virtuosos protegem o estado das ações não virtuosas.

Existem duas formas de melhorar substancialmente a qualidade da educação de um Estado ou de um país. A primeira é melhorar as condições socioeconômicas de seu povo, já que as pesquisas demonstram que, fora exceções, o rendimento em avaliações de alunos está relacionado com suas histórias de vida. A segunda, e sobre a qual o governo tem poder de ação mais imediato, é atrair melhores profissionais para a carreira de professor. Ganhando 60% a menos do que um profissional com a mesma escolaridade em outra profissão, não é o bônus, incerto e eventual, que irá atrair talentos para as salas de aula, mas sim o simples aumento dos salários dos professores. Passar alguns anos reajustando salários na mesma proporção do aumento de recurso per capita do Fundeb (este ano mais de 22% contra 6% de inflação acumulada) poderá, em um médio espaço de tempo, igualar os salários dos professores às médias de outras carreiras. Aí é só esperar que as novas gerações se interessarem mais pela profissão.



fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/colunistas/mateusprado/bonus-para-professor-e-erro-pedagogico-e-incentiva-fraude/c1597739066849.html

Resistência no IASERJ

Passamos uma madrugada de horror!
O prédio do IASERJ foi invadido no final da noite de ontem pelo choque que garantiu a entrada de uma equipe da secretaria de saúde para fazer o trabalho sujo da remoção dos pacientes do Hospital.
Os médicos e trabalhadores do IASERJ assistiram ao deslocamento de seus pacientes sem condições de impedirem tamanha atrocidade, pois havia juntamente com a equipe do governo, dois promotores, que a qualquer ação dos trabalhadores do IASERJ ameaçavam os de prisão.
Do lado de fora, além de um grupo de policiais do choque fortemente armados, as ruas ao redor foram fechadas com barricadas feitas pelo choque. Um carro do BOP, ficava dando ronda juntamente com carros da PM.Agentes da polícia civil, os conhecidos P2, se misturavam entre os poucos manifestantes que procuravam resistir no portão de fora. Três caminhões baú ficaram estacionados em frente ao hospital aguardando o momento de entrar para efetuar a mudança dos equipamentos.
O que assistimos foi pura covardia: 18 ambulâncias da SAMU e das UPAS foram deslocadas para o IASERJ, os pacientes foram sequestrados, pois foram transferidos sem a baixa de seus médicos, sem conhecimento de seus familiares que não foram comunicados e nem podiam entrar no hospital. Advogados com a carteira da ordem, a vereadora Sônia Rabelo e o deputado Paulo Ramos, foram barrados no portão pelos procuradores, tendo que entrar pela emergência pelas mãos dos servidores do hospital.
Pura covardia, Na calada da noite pacientes sendo removidos de forma irresponsável, médicos e trabalhadores do IASERJ impotentes frente a brutalidade e nós na rua tentando resistir, barrando a entrada das ambulâncias sob o pedido suplicante do comandante do choque para que deixassemos as ambulâncias passarem, pois eles não queriam nos machucar...Uma madrugada de terror!
No dia de hj, fizemos um ato dentro do pátio do IASERJ e vigília. Ainda temos pacientes que não foram removidos e amanhã a partir das 5 horas começaram a chegar os pacientes do ambulatório que precisam ser informados da nossa resistência.
Precisamos da presença de todos e todas nessa noite e madrugada no IASERJ, não vamos permits umir que o assassino Cabral acabe com o nosso hospital.
Fazemos um chamado especial aos profissionais de educação do Estado que estão de recesso escolar para reforçarem nossa luta.


Não é só palavra de ordem não, é a realidade nossa de cada dia:
A NOSSA LUTA É TODO DIA PORQUE SAÚDE NÃO É MERCADORIA!!!
Vera Nepomuceno

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Seeduc dá Tiro no Pé


UM VERDADEIRO “BANHO DE ÁGUA FRIA” NA EDUCAÇÃO

No último sábado, dia 30, a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro divulgou as 305 escolas entre as 1381 do estado do Rio que foram premiadas com uma bonificação aos professores, diretores, serventes, merendeiras e demais servidores da área de Educação que chegarão a embolsar até 3 vencimentos básicos. De 75 mil matrículas, somente 14.497 (aproximadamente 19%) receberão adicional.

Tal bonificação ou premiação foi regulamentada pela resolução SEEDUC Nº 4768 de 07 de fevereiro 2012 que foi instituída pelo decreto n°42.793 de 06 de janeiro de 2011 e alterado pelo decreto n° 43.451 de 03 de fevereiro de 2012. Segundo a própria SEEDUC, são 40 milhões investidos. Mas, já que falamos que somente 19% dos professores receberam tal premiação, vamos fazer outras contas. Por exemplo, 
o bônus será um alívio momentâneo no orçamento doméstico desses quase 15.000 professores, pois segundo dados oficiais, mais de 80% dos mesmos encontra-se com algum empréstimo consignado que é descontado em folha. Mas será que o “banho de água fria” nos outros 60.000 funcionários não foi mais prejudicial e com efeito na educação bem mais duradouro, do que esse alívio momentâneo de alguns? Os 40 milhões, da forma que foi investido, sem dúvida foi mais desestimulante para a maioria esmagadora dos profissionais da área. 
A expectativa nas escolas era grande. Quem não ganhou tal bonificação fica com uma sensação de incapacidade e frustração, pois as metas a serem alcançadas não dependem só do professor em sala de aula ou da merendeira. São uma série de fatores que influenciam como o fluxo escolar, as faltas dos professores, o lançamento de notas no sistema no tempo determinado, a prestação de contas dos diretores das unidades escolares, entre outros. Foi realmente um banho de água fria. como já foi dito, talvez tal bonificação paga apenas a alguns, soa como um tiro no próprio pé. 


Educação se faz com investimentos, mas não dessa forma. Precisamos de professores estimulados sim a ensinar melhor, a dar o melhor de si; mas, não é pagando diferenciadamente que isso acontecerá. O critério de bonificação não deu certo nos EUA, não deu certo em SP e não dará certo, obviamente no Rio de Janeiro. Talvez, o mal já foi feito. Banho de água fria em casa faz bem. Na educação não é uma boa idéia.
Prof. Fabiano de Araujo Pinto
Replicado do Blog do Prof. Doc