Na Luta pela Escola Pública

Este blog pretende criar um espaço para informações e discussões sobre Escola Pública na Região dos Lagos, com destaque para o município de Cabo Frio.

O nome “Pó de Giz” é tomado, por empréstimo, do antigo time de futebol dos professores do Colégio Municipal Rui Barbosa. Um colégio reconhecido por sua luta pela educação pública de qualidade. Um lugar onde fervilha a discussão educacional, política e social. Colégio que contribui de maneira significativa na formação de seus alunos, lugar onde se trabalha com o sentido do coletivo.

O " Pó de Giz" é uma singela homenagem a essa escola que tem um "pequeno" espaço educacional, mas corajoso e enorme lugar de formação cidadã.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Realidade do Docente da rede Estadual RJ


Professores se ‘desdobram’ em mais de quatro escolas.
Censo Escolar da Educação Básica de 2011 revelou que 3.644 mestres dão aula em várias unidades para complementar renda.
 Jornal O Dia , 26.06.2012 às 23h20
POR Maria Luisa Barros

Rio -  Para aumentar a renda familiar, professores do Estado do Rio são obrigados a se desdobrar em várias escolas públicas e privadas. Dados do Censo Escolar 2011, divulgados pelo Inep, instituto de pesquisas do Ministério da Educação (MEC), revelam que 3.644 mestres trabalhavam em mais de quatro estabelecimentos de ensino. Outros 9.026 docentes dão aulas em mais de três colégios.
Os números mostram ainda que 5.753 profissionais lecionam mais de três disciplinas, sendo que 1.513 professores dão aulas de cinco ou mais matérias. É o caso do professor de Sociologia, Ciro Dantas, 44 anos, que dá aulas de Português, Biologia, Matemática, Física e Química, no Projeto Autonomia, da Secretaria Estadual de Educação, para jovens do Ensino Médio.
“Recebemos uma semana de treinamento para ensinar disciplinas nas quais não temos o menor domínio”, diz ele, que no ano passado trabalhava em quatro escolas e este ano, em três da rede pública.

“Já quis fazer pós-graduação, mas não sobra tempo, trabalhando das 7h às 22h, e acabo adiando”, diz Ciro. De acordo com o Censo, entre os 40.136 professores que dão aulas no estado do Rio, existem 1.695 docentes que não têm o Ensino Superior. A situação é ainda mais crítica para 18 mestres que têm apenas o Ensino Fundamental. O Ensino Médio foi concluído por 1.235 profissionais da educação.
 A baixa qualidade do ensino público no Rio, que ficou em penúltimo lugar no ranking nacional do Ideb — tem levado famílias a transferir filhos para escolas particulares. Em 2011, a rede privada ganhou 83 mil novas matrículas (358 mil no Brasil). A rede pública teve menos 165.410 alunos.
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Comentário Pessoal : O governo do estado do RJ , parece ter como meta exterminar com a Educação Pública estadual e para tal não tem medido esforços , para tal não faz o mínimo esforço em valorizar seus docentes, cujo piso salarial é de R$1.001,00 e mais um auxilio transporte que não atende plenamente a grande maioria dos docentes e mais nada. 

Lamentavelmente o secretário de educação não é da área e sim um economista que encara a educação como despesa e não como investimento já que trata da formação intelectual plena do ser humano. Outro fator negativo foi a implantação do projeto autonomia, verdadeira fábrica de analfabetos funcionais, pois um professor de uma disciplina tem a função de ser responsável pelas vídeos-aulas de todas as demais disciplinas do ensino médio, sendo na verdade um passador de vídeos-aulas. Esse é o projeto educacional de quem não sabe nada do nada.

Incoerências da Educação  Estadual do RJ:
No inicio de 2011o secretário da educação estadual do Rio de Janeiro, o economista Wilson Risolia lançou um plano de metas, baseado na meritocracia , no entanto esse plano apresenta algumas incoerências na prática, abaixo descritas :
- Em out./2011 comissões das metropolitanas estiveram nas escolas , para reuniões com os docentes, objetivando fazer com que o índice de aprovação das escolas melhorassem, consequentemente das metropolitanas e da Seeduc, o que propiciaria melhora do IDEB , que está para ser divulgado. Cabe ressaltar que essa visitinha deve ter encontrado respaldo em colegas que adoram ficar bem com as direções ( os famosos puxa-saco );
- A proposta feita pelos diretores das escolas , para que dessem pontos aos alunos que comparecessem para fazer os 'saerjinhos' , independente dos acertos, erros, chutes ou não. Através das comunidades virtuais foram veiculadas postagens que diretores recomendaram que fossem dados 3,0 pontos para os que fizeram essas avaliações, independente do resultado obtido.
Pergunto : Onde se encaixa a meritocracia com essas propostas indecentes ?

por email, prof. Omar

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