Escola pública tradicional de
Nova Iguaçu, o Instituto de Educação Rangel Pestana está
no centro de uma controvérsia que se arrasta desde a exoneração de sua diretora, em junho. O caso representa uma divergência ainda maior que está colocando de
um lado a Secretaria estadual de Educação e
do outro o Sindicato Estadual dos Profissionais de
Educação (Sepe).
Desde 2011 até a semana passada,
513 diretores já foram afastados pela secretaria.
Ao todo, são 259 diretores gerais e
254 diretores adjuntos. Outros 382 diretores saíram
no mesmo período por vontade própria ou porque se aposentaram. Assim,
as
exonerações da secretaria representam 57% das substituições de diretores.
— Eles foram substituídos por não estarem alinhados às políticas e às prioridades da
Secretaria de Educação — explica Luiz Carlos
Becker, subsecretário de Gestão de Pessoas.
As mudanças desagradam representantes do sindicato.
Em Nova Iguaçu, após o
afastamento da diretora Luisa Leopoldina da Silva, professores e alunos fizeram uma
eleição e escolheram um
professor da escola para ser o
novo diretor. Mas a secretaria
elegeu outro servidor interinamente para o cargo.
— Bancamos uma eleição e
a secretaria veio com truculência para cima de alunos e
professores — diz uma professora do colégio que prefere não se identificar.
Segundo Luiz Carlos Becker,
o interino será substituído,
em breve, por um diretor concursado.
Um decreto do secretário de Educação,
Wilson Risolia, do ano passado, implementou a nomeação de diretores de escolas estaduais por meio de seleção
interna. Os novos gestores são escolhidos num processo que inclui análise curricular,prova, entrevista e treinamento.
—
Antes não existia critério para a escolha. Algumas escolas faziam eleições internas e
outras recebiam indicações de diversas origens — diz Luiz Carlos
Becker.
A secretaria informou que a exoneração de
Luisa Leopoldina da Silva se deu porque ela
deixou de repassar dados sobre sua unidade para o Censo Escolar. Além disso,
o
colégio estaria necessitando de obras que não vinham sendo feitas, apesar de
a unidade contar com R$ 200 mil em caixa.
— Eu fui dispensada da função sob
a alegação de que não fechei o Censo. Tenho o
recibo de que enviei os dados no dia 27
de setembro do ano passado. A escola tem
coisas a serem feitas, mas há obras que não são possíveis de
se fazer com os alunos
circulando. Tudo seria feito, como sempre,
no recesso. É triste ter tanto tempo na rede
estadual e, agora, ver meu nome enlameado dessa maneira — defende-se Luisa.
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