Como acompanhei as discussões no Conselho Municipal de Educação (CME) Achei importante esclarecer algumas questões com relação a deliberação 19 do CME – Cabo Frio.
Até o ano passado, os alunos que eram reprovados no Conselho final tinham a possibilidade do recurso da revisão de provas e em seguida uma reunião com a equipe técnico-pedagógica e com os professores em que foram reprovados. Acontece que os alunos e suas famílias, na verdade, não desejavam uma revisão da prova de recuperação, mas a revisão da decisão do Conselho Final.
No Conselho Final, quando um aluno não obtém média para ser aprovado numa disciplina é feita toda uma análise de quais os motivos que ocasionaram essa situação, por vezes o aluno atinge um limite, na disciplina, e mesmo com todo o esforço não chega na “nota” necessária, com isso, o aluno pode ser aprovado pelo coletivo de seus professores. Em outra situação, o aluno não atinge a média e as argumentações dão conta de que o aluno não cumpriu com a sua parte do processo, deixando atividades, avaliações e trabalhados sem serem apresentados, e a decisão é que não houve aprendizagem necessária, esforço, responsabilidade, compromisso e, portanto, não há como avançar sem requisitos para série seguinte.
Este processo era penoso para todos, momentos de explicações e argumentações, quando não ocorria, por vezes, ofensas e acusações. Tudo isso sem ter nenhuma possibilidade de revisão da decisão, até porque o professor em que o aluno não obteve nota não teria poder para desfazer a decisão de um conselho de professores. Era um momento doloroso e ineficiente.
Diante dos fatos, o Conselho Municipal, estabeleceu que será possível entrar com recurso contra a decisão do Conselho Final e a família (em caso de alunos menores) ou o próprio aluno (em caso de aluno maior) terá uma oportunidade de dialogar com o grupo de professores.
Até o ano passado, o professor da disciplina em questão era o único dos professores da turma que passava por este processo, sem poder (obviamente) mudar a realidade estabelecida.
A partir desse ano, todos serão chamados para um conselho extraordinário. Os professores, diante dos argumentos do aluno (se maior) e da família (se menor) poderão manter a decisão ou revê-la.
Caso o requerente não compareça na data marcada, a decisão da reprovação será automaticamente mantida, mas se o requerente comparecer e não tivermos um número necessário de professores (sem quórum) então a decisão será a favor do requerente.
Temos um compromisso com nosso trabalho e com a aprendizagem de nossos alunos e esperamos respeitar, tanto o direito de pais e alunos de discordarem da decisão, como também o direito dos professores de reafirmarem sua decisão, se for o caso.
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Na Luta pela Escola Pública
Este blog pretende criar um espaço para informações e discussões sobre Escola Pública na Região dos Lagos, com destaque para o município de Cabo Frio.
O nome “Pó de Giz” é tomado, por empréstimo, do antigo time de futebol dos professores do Colégio Municipal Rui Barbosa. Um colégio reconhecido por sua luta pela educação pública de qualidade. Um lugar onde fervilha a discussão educacional, política e social. Colégio que contribui de maneira significativa na formação de seus alunos, lugar onde se trabalha com o sentido do coletivo.
O " Pó de Giz" é uma singela homenagem a essa escola que tem um "pequeno" espaço educacional, mas corajoso e enorme lugar de formação cidadã.
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
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O professor também não pode avaliar seus alunos?Já não pode: reivindicar melhores condições de trabalho, melhores salários, ser tratados com dignidade e respeito por seus alunos e familiares sem que os mesmos sejam de alguma forma punidos, tem que seguir na íntegra o ECA, as Deliberações, os PCNs, e não pode reprovar os alunos que não conseguiram alcançar por "N" motivos os critérios mínimos de aprovação. Parabéns, para a total desvalorização e descrédito do professor! Tereza Vasconcellos
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