Durante a tarde de ontem (dia 14/8) e a manhã desta quarta-feira (dia 15/8), os veículos de comunicação divulgaram osresultados do IDEB 2011 (Índice Básico de Desenvolvimento da Educação Básica), mostrando que a educação municipal eestadual no Rio de Janeiro apresentaram avanços. As secretarias municipal e estadual de Educação uitilizaram adivulgação do índice para comemorar a "melhora" dos resultados. Mas os profissionais de educação das redes estadual e municipal sabem muito bem o quanto estes índices podem ser enganadores e que os resultados apresentados ontem nãotraduzem a realidade das escolas públicas estaduais e municipais.
Um estudo do professor Nicholas Davies, da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, mostra bemcomo a falta de investimentos e o descaso para com a educação pública em nosso estado se mantém ao longo dos anos econtinuou na gestão do governador Sérgio Cabral. A pesquisa do professor Nicholas Davies comprova que o número dematrículas na educação básica entre os anos de 2006 e 2009 teve uma queda significativa, o que faz com que o nossoestado possua hoje em dia uma das menores ofertas de escolas públicas, ficando atrás dos outros estados dasregiões Sul, Sudeste e Centro Oeste. Enquanto isto, o número de matrículas na rede privada, não por acaso, apresentouum crescimento bastante significativo. Veja a conclusão do pesquisador:
O descompromisso dos governos estaduais do Rio de Janeiro com a educação pública não é de hoje e continuou no atualgoverno. Um indicador disso é a queda significativa do número de matrículas estaduais na educação básica (conceitoque, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, abrange desde creche até o ensino médio) em 2009 na comparação com 2006, o que foi acompanhado, não por acaso, pelo crescimento do número de matrículas na rede privada. Em 2006 asmatrículas estaduais totalizavam 1.490.137 e correspondiam a 35% do total no Estado. Já em 2009 caíram para1.288.756 (- 201.381 ou -13,5%), respondendo por 32,2% do total. Por outro lado, as matrículas da rede privada, de 856.835 em 2006, correspondentes a 20,2% do total, subiram para 877.568 (+ 20.733 ou +2,4%) em 2009 e passaram a deter 21,9% do total.
Em outras palavras, o recuo do Estado na oferta de educação, que faz com que ele tenha uma das menores redes emtermos percentuais (a oitava menor do Brasil e a menor das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste), tem resultado namaior presença da rede privada no Rio de Janeiro, que em 2009 foi em termos percentuais a segunda maior do Brasil (sóperde para a do Distrito Federal).
No dia 14/8, o MEC divulgou os resultados do IDEB 2011 (Índice Básico de Desenvolvimento da Educação Básica),mostrando que a educação municipal “apresentou avanços”. A SME aproveitou a divulgação do índice para comemorar a "melhora" dos resultados. Mas os profissionais de educação da rede municipal sabem muito bem o quanto estes índicespodem ser enganadores e que os resultados apresentados não traduzem a realidade das escolas municipais.
Leia aqui o estudo do professor Nicholas Davies.
Índice não mede a qualidade nem condições de trabalho nas escolas
Para o Sepe, a qualidade na educação é mais do que IDEB, um índice precário, que combina fluxo escolar e desempenhoe não leva em consideração as reais necessidades da escola. Um mecanismo que envolvesse os pais e a comunidade paradiscutir a escola como um bem público e que pudessem revindicar suas demandas no poder público seria muito mais bem-vindo.
A SME trata as escolas como fábricas e a comunidade como clientes em potenciais. O prefeito Eduardo Paes e aSecretária Cláudia Costin estão querendo pressionar de todas as maneiras para garantir o aumento do IDEB e mostrar sua“eficiência” na educação, utilizando esse argumento como plataforma eleitoral. É mais uma pressão para reforçar apolítica de “aprovação automática” disfarçada, implementada dentro das escolas e que ajudaria no aumento do IDEB.
A secretaria trabalha apenas com dois conceitos: forçar o professorado a produzir um IDEB elevado, sem efetivamentemelhorar as suas condições de trabalho, e baratear o custo da educação, adotando medidas que reforçam a ideia de que, no fim das contas, os profissionais da educação são os responsáveis pelos problemas educacionais.
fonte: SEPE-RJ
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Na Luta pela Escola Pública
Este blog pretende criar um espaço para informações e discussões sobre Escola Pública na Região dos Lagos, com destaque para o município de Cabo Frio.
O nome “Pó de Giz” é tomado, por empréstimo, do antigo time de futebol dos professores do Colégio Municipal Rui Barbosa. Um colégio reconhecido por sua luta pela educação pública de qualidade. Um lugar onde fervilha a discussão educacional, política e social. Colégio que contribui de maneira significativa na formação de seus alunos, lugar onde se trabalha com o sentido do coletivo.
O " Pó de Giz" é uma singela homenagem a essa escola que tem um "pequeno" espaço educacional, mas corajoso e enorme lugar de formação cidadã.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Divulgação do novo IDEB: realidade nas escolas municipais e estaduais contradizem os resultados divulgados pelo MEC
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