Na Luta pela Escola Pública

Este blog pretende criar um espaço para informações e discussões sobre Escola Pública na Região dos Lagos, com destaque para o município de Cabo Frio.

O nome “Pó de Giz” é tomado, por empréstimo, do antigo time de futebol dos professores do Colégio Municipal Rui Barbosa. Um colégio reconhecido por sua luta pela educação pública de qualidade. Um lugar onde fervilha a discussão educacional, política e social. Colégio que contribui de maneira significativa na formação de seus alunos, lugar onde se trabalha com o sentido do coletivo.

O " Pó de Giz" é uma singela homenagem a essa escola que tem um "pequeno" espaço educacional, mas corajoso e enorme lugar de formação cidadã.


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Resposta do Sepe ao Jornal O Dia


Na edicão de hoje (dia 20/7) do Jornal O Dia, no Coluna intitulada "Estação Carioca", que teve por título a seguinte frase: "O fim dos professores", o articulista Fernando Molica faz uma crítica aos governantes e, também, aos sindicatos que representam os profissionais de educação, afirmando que eles "parece que fizeram uma espécie de pacto com o inconfessável objetivo de acbaar com os professores" (sic). Seguindo uma linha de pensamento que coloca o grave problema da falta de professores em matérias como Física, Química e Matemática nas escolas como decorrente da expansão da rede pública - o que é um erro, já que a rede estadual tem diminuído de tamanho desde o final da década de 90 (de cerca de 1,5 milhão de matrículas anuais para as atuais 1,2 milhão de matriculas) - ele começa criticando os governos "que se lixaram para o ensino público" e que este descaso teria se refletido no aviltamento dos salários do magistério.

Depois, o articulista se volta contra os sindicatos, criticando a insistência "na rotina de greves e se fecham na lógica corporativa" (sic). Também diz que as entidades correm de "propostas de avaliação assim como secretários de Fazenda ou de Planjamento fogem de percentuais mais razo´veis de reajuste" (sic).

O propósito de tal artigo não é outro senão o de fazer um comentário,primeiramente, sobre o panorama nacional, onde diversas redes públicas de ensino se encontram mobilizadas e lutando por reajustes salarias, salários mais dignos e valorização do setor educacional. Por conta desta mobilização, temos diversas redes nos principais estados do país que estão realizando ou realizaram greves recentemente. Em segundo lugar e particularmente, fazer uma crítica à rede estadual do Rio de Janeiro, que se encontra paralisada há mais de um mês, numa das maiores mobilizações da categoria dos últimos anos, depois de anos tentando fazer com que o governador Sérgio Cabral cumprisse as suas promessas da campanha eleitoral retrasada (2006!) de valorizar a educação. Isto mostra a força da nossa mobilização, que o governo estadual tenta de todas as maneiras mascarar com a divulgação de dados falsos sobre o índice de paralisação das escolas e outras medidas de contra-informação para tentar abalar a força da greve da rede estadual. A imprensa acaba seguindo a lógica do governo e reproduz o discurso deste contra o direito à greve da categoria e em defesa da meritocracia.

Desde o dia 15 de julho, a mídia tem feito denúncias acusando o Sepe de ter incitado os alunos das escolas estaduais a promoverem um boicote do Saerjinho, avaliação que integra o Plano de Metas do secretário Risolia, qu tem como um dos seus principais eixos a meritocracia e a lógica produtivista na educação estadual. O Sepe reafirma não ser contra qualquer avaliaçãoo diagnóstica que tenha por objetivo identificar problemas no processo ensino aprendizagem para melhorar a qualidade da educação. Somos contra, sim, a utlização de avaliações externas, como o Saerj, utilizadas para "premiar ou punir" professores e funcionários de acordo com o resultado das provas, estabelecendo uma lógica de remuneração variável.

O problema é que o Saerjinho é uma valiação classificatória que pretende estabelecer salários diferentes de acordo com aprodutividade de cada escola. O governo do estado, ao implementar este sistema de metas, parece ignorar que tal sistema já deu errado em vários lugares, como Chile, EUA, Sâo Paulo, por exemplo. E já deu errado aqui no Rio também com o Programa Nova Escola, que foi um tremendo fracasso.

Não boicotamos o Saerj para impedir um diagnóstico, pois nós profissionais de educação fazemos isso o tempo todo. Boicotamos o Saerj porque nã podemos aceitar que a educação pública seja encarada como uma mercadoria vendida a preços diferetnes dependendo das condições do "negócio". Educação de qualidade é direito de todos e dever do Estado.

Fonte: SEPE

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