Na Luta pela Escola Pública

Este blog pretende criar um espaço para informações e discussões sobre Escola Pública na Região dos Lagos, com destaque para o município de Cabo Frio.

O nome “Pó de Giz” é tomado, por empréstimo, do antigo time de futebol dos professores do Colégio Municipal Rui Barbosa. Um colégio reconhecido por sua luta pela educação pública de qualidade. Um lugar onde fervilha a discussão educacional, política e social. Colégio que contribui de maneira significativa na formação de seus alunos, lugar onde se trabalha com o sentido do coletivo.

O " Pó de Giz" é uma singela homenagem a essa escola que tem um "pequeno" espaço educacional, mas corajoso e enorme lugar de formação cidadã.


sexta-feira, 24 de junho de 2011

Até quando?

Até quando deixaremos que o governo iluda as pessoas?

Até quando deixaremos que o governo nos culpe por tudo que ocorre de errado na educação?

Até quando ficaremos calados e deixaremos que o governo faça o que quer conosco, como se fossemos uma coisa?

Minha indignação está no fato de que há anos os governos do estado do Rio de Janeiro, vem a público sempre a contar “estórias”, quase fábulas da literatura infantil.

O estado se vangloria de ter colocado nas escolas ar condicionado, mas não diz que paga mais pelo aluguel do ar condicionado do que com o piso do salário do professor. Ele também não diz que ninguém tem feito manutenção nos equipamentos e que há escolas que eles não funcionam, pois as instalações foram mal feitas.

O governo se vangloria do auxílio transporte, pois é, temos que entender que é só um mero auxilio, pois o professore que mora no município do Rio de Janeiro e trabalha em algum município da baixada vai gastar no mínimo R$ 99,00 (noventa e nove reais), isso se ele utilizar somente uma condução e isso se ele tiver somente uma matricula. Como sabemos o teto do auxílio é de R$ 96,00 (noventa e seis reais), para quem tem duas matriculas. Sabemos também que se diretor fizer valer cumprir a determinação da secretaria de educação o professor terá que ir três dias na escola o que fará o seu custo com transporte aumentar.

Se lembrarmos que existe FUNDEB, e lembrarmos que municípios como Duque de Caxias e do Rio de Janeiro que os utilizam, usa muito mais que o estado, já que em ambos os valores repassados para os professores são maiores, como auxilio transporte e difícil acesso.

Mas até quando ficaremos calados?

Agora é o currículo mínimo, diria até nanico em algumas disciplinas. Mas o que foi esquecido no currículo mínimo em algumas disciplinas é o ordenamento com o livro didático que é adquirido pelo estado para o aluno, e que, com o currículo mínimo será difícil ou impossível de usar de forma adequada. Se formos obrigados a usar o currículo mínimo o livro será simplesmente descartado ou mal utilizado. Prova de que o estado gosta de jogar dinheiro fora.

Enfim... chegamos à meritocracia, o legal disso é que ninguém sabe direito como é que vai funcionar, se você perguntar dez vezes para uma pessoa ligado a secretaria de educação ela vai te dar respostas diferentes, se perguntar a dez pessoas diferentes ligados a secretaria de educação vai também ter respostas diferentes e divergentes.

Fui ao Google pra ver o que ele me diz sobre meritocracia, já que o único beneficio que recebo do estado e que funciona, razoavelmente, é o notebook com a internet. Pois bem o Google me remeteu ao Wikipédia que me diz o seguinte sobre a meritocracia: “é um sistema de governo ou outra organização que considera o mérito (aptidão) a razão para se atingir determinada posição. [...] Assim, meritocracia também indica posições ou colocações conseguidas por mérito pessoal. [...] principal argumento em favor da meritocracia é que ela proporciona maior justiça do que outros sistemas hierárquicos, uma vez que as distinções não se dão por sexo ou raça, nem por riqueza ou posição social, entre outros fatores biológicos ou culturais, [...] Além disso, em teoria, a meritocracia, através da competição entre os indivíduos, estimula o aumento da produtividade e eficiência”. A meritocracia parece algo positivo, mas nós professores não seremos avaliados pelo que nós fizermos e sim pelo que os alunos fizerem, o que a direção fizer, nós não seremos antão avaliados somente pelo que nós fizermos então em nosso caso a meritocracia avaliara algo que esta adiante de nós, isto é o produto de nosso trabalho e as condições de nosso trabalho. O que, a meu ver, não é nossa competência.

Em resumo teremos o seguinte: o professor que não fizer o seu aluno aprender não recebe bonificação. O professor que reprovar demais não recebe bonificação. O professor que trabalha em uma escola ruim de infraestrutura não recebe bonificação.O professor que trabalha em uma escola ruim de infraestrutura não recebe bonificação. E se na escola que você trabalha se um professor não fizer tudo que tem que fazer não recebe, e mais ainda, para receber a bonificação você não terá que alcançar a meta e sim ultrapassá-la, e outra você professor só ganha por um esforço. Isso mesmo! Se trabalhar em duas escolas seu mérito é só pela que você alcançou mais a meta.

A meta... , o como avaliar e quando avaliar, é um questionamento que os professores sabem bem que não pode deixar de constar na vida do aluno e que o estado tem deixado de lado conosco. Não se constrói educação de um dia para o outro e não se avalia de qualquer forma, assim como os alunos precisam estar esclarecidos de como ele será avaliado, nós precisamos estar, e isso não ocorre.

Volto a perguntar até quando, até quando não nos indignaremos?

Não devemos nos conformar com este século, parafraseando Paulo, e sim nos renovar, pela capacidade de nossa mente.

Nós somos professores, e não coisas!

Nós não podemos ficar a toda hora nos perguntando: até quando?

Prof. Wilmar

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