Na Luta pela Escola Pública

Este blog pretende criar um espaço para informações e discussões sobre Escola Pública na Região dos Lagos, com destaque para o município de Cabo Frio.

O nome “Pó de Giz” é tomado, por empréstimo, do antigo time de futebol dos professores do Colégio Municipal Rui Barbosa. Um colégio reconhecido por sua luta pela educação pública de qualidade. Um lugar onde fervilha a discussão educacional, política e social. Colégio que contribui de maneira significativa na formação de seus alunos, lugar onde se trabalha com o sentido do coletivo.

O " Pó de Giz" é uma singela homenagem a essa escola que tem um "pequeno" espaço educacional, mas corajoso e enorme lugar de formação cidadã.


quarta-feira, 8 de junho de 2011

QUEM DISSE QUE GREVE NÃO ADIANTA NADA?


É comum algumas pessoas, por inexperiência ou pelo sentimento de cansaço, cometerem o engano de dizer:“Nunca consegui nada com greve”. Mas a verdade não é essa: não há nada em nosso contracheque que não tenha sido resultado da conquista de alguma greve.
ANOS 70 A 80

A própria existência de Plano de Carreira e níveis foi resultado de muitas lutas, com as greves que ocorreram desde 1979, em plena Ditadura Militar, quando não tínhamos ainda o direito legal de sermos sindicalizados.

ANOS 80 A 90

Na década de 80, lutamos pelas melhorias no plano e fomos arrancando os nove níveis e enquadramento também por formação. Mas, a política dos abonos, com a “regência” iniciada por Brizola, feria a lógica do Plano de Carreira e dividia a categoria, e o Marcelo Alencar tentou continuá-la. Em 1996, ele congelou nosso plano de carreira. Mesmo com ordem judicial, os enquadramentos não eram feitos. Em 1998, quando o governo tentava dividir a categoria com um abono só para o magistério, ocupamos o plenário da Alerj, impedindo a continuidade da sessão, arrancando também o abono dos funcionários. Depois, no judiciário veio a extensão aos aposentados.

ANOS 2000

O piso salarial chegara a 151,00. O resto era “penduricalho”. Fizemos greve em outubro de 2001, já sabendo que a lógica era incorporar para elevar o piso e, em 2002, lançar uma campanha no início do ano. Seria um greve da reconquista: para reaver o plano de carreira não cumprido. Incorporamos a gratificação, elevamos o piso e, em 2002, começamos a greve com o governador Garotinho, que foi substituído pela Benedita em seguida. Arrancamos o descongelamento do plano, mesmo em parcelas -- mas não teríamos nada, se não tivéssemos agido, já que nem ordem do STF o governo cumpria. Porém, o Nova Escola de Garotinho/Rosinha quebrava a isonomia salarial de novo. Tínhamos que continuar lutando, e lutamos. Em 2009, Sérgio Cabral e seus secretários tentaram destruir definitivamente o plano do magistério. Fomos de novo às ruas e impedimos a diminuição do número de níveis e do percentual de 12% para 7,5% bem como reconhecimento de animadores culturais e inclusão dos professores de 40 h., além do adicional de qualificação, incluindo aposentados. Agora, Cabral vem com o plano de metas, que é um Nova Escola piorado. Também será com a greve que poderemos arrancar algum reajuste e respeito ao plano do magistério e dos funcionários.

Isso, sem falar que, a cada paralisação, greve de advertência ou simples estado de greve, os governos sempre anunciam alguma coisa: como ocorreu com a gratificação dos profs. de 40 h em 2000.

CONCLUSÃO

O fato é que, pouco que seja, o que há nos nossos contracheques é conquista não só do suor do nosso trabalho como do sangue que demos nas nossas lutas; assim como a escola pública só existe ainda, porque NÓS damos a vida por ela.

Mesmo ações no judiciário só cabem quando temos algo que reclamar. E o direito a ser reclamado nós só conseguimos por meio das nossas legítimas greves.

Assim colega, quando alguém lhe disser: “Nunca consegui nada com greve”, pergunte: “E sem greve, você conseguiu o quê?” Com certeza, a resposta é: “nada”.

Com a memória de nossas lutas e vitórias em mente, dialogue com os colegas, alunos e pais, ajudando a esclarecer essas questões e a fortalecer nosso movimento! Com “a certeza na frente e a história na mão.”

Um abraço e até a vitória!

COMANDO DE GREVE DO SEPE/NITERÓI

Um comentário:

  1. Por que o ato dos bombeiros cria um precedente perigoso

    Os bombeiros assim como qualquer categoria têm o direito de pedir melhoria salarial, ocorre que por servirem junto com a PM, sob regime militar, lhes é vetado o direto à greve. Nos últimos dias o que tenho visto no Rio é um circo. Uma categoria que vem sendo “doutrinada” por políticos faz meses, chega ao ponto de rasgar sua lei militar, invadir um quartel, ocupar e inutilizar viaturas.
    Ora, isso é inadmissível em um estado de direito. Imaginemos se médicos decidem fazer greve, invadir hospitais, furar pneu das ambulâncias e trancar as portas; E se um dia policiais em greve ocuparem os presídios e ameaçarem soltar os presos? Não obstante, teríamos ainda a possibilidade de Soldados do exército em greve, colocarem tanques para obstruir vias. Pergunto: Onde a sociedade vai parar? É esse o precedente que a sociedade deseja abrir com os bombeiros?
    Para que não corramos esse risco há uma legislação militar que rege as FFA, Bombeiros e a PM. Independente de qualquer pleito salarial, ela tem de ser respeitada. No momento em que a sociedade permitir que essa lei seja ignorada, estará pondo em risco sua própria ordem.

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